Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de junho de 2019
O tempo joga contra os nervos da Seleção Brasileira. A falta de paciência para furar as defesas adversárias voltou a ser um problema no empate em 0 a 0 com a Venezuela. A tal da ansiedade bateu novamente e periga ser uma adversária invisível na partida de sábado (22), contra o Peru, na Arena Corinthians. O Brasil terá de vencer para se classificar em primeiro do Grupo A da Copa América sem depender de outros resultados.
Ainda no vestiário, depois do resultado ruim na Fonte Nova, a intranquilidade dos jogadores foi apontada como um dos motivos para os erros no ataque – foram 19 finalizações e somente uma a gol. Isso sem contar o sem número de escolhas equivocadas.
“A equipe não faz o gol e daqui a pouco apressa demais, fica ansiosa demais, apressa o passe vertical e nossa característica é trabalhar melhor a bola para depois encontrar o passe vertical”, afirmou Tite.
A estratégia da seleção com Tite tem sido a de imprimir um forte ritmo ofensivo logo nos primeiros minutos. Isso vem desde a Copa do Mundo da Rússia. O problema é quando o gol que abre o placar demora a sair. Contra a Venezuela, a marcação do adversário se encaixou a partir dos 25 minutos do primeiro tempo. Depois disso, faltou cabeça para a equipe furar a retranca rival.
“Criamos muito bem, finalizamos, mas não fizemos o gol e acredito que quando fazemos o gol, ficamos mais calmos e aí ampliamos o placar, jogamos mais soltos”, admite Gabriel Jesus.
A ansiedade é característica da juventude do atacante de 22 anos. Igual a ele há outros quatro no ataque da seleção – Richarlison, Everton e David Neres. Quando o cronômetro corre sem que a seleção consiga marcar, o coração dos mais novos acelera junto.
Trabalho psicológico
Por jogar em casa, a seleção brasileira se sente ainda mais pressionada em buscar o gol o quanto antes. A frustração quando isso não acontece é potencializada pela torcida, sempre exigente quanto ao desempenho da equipe. O ciclo vicioso se forma e fica difícil de ser contido.
Internamente, a comissão reconhece a necessidade de zelar pelo lado emocional do grupo. Entretanto, a presença de um psicólogo no grupo de trabalho, nem que seja temporariamente, não é cogitada. A questão chegou a ser pauta antes da Copa do Mundo da Rússia, em parte pelas cobranças externas, mas há o entendimento de que Tite e seus auxiliares dão conta de manter a cabeça do time no lugar.
“O time tem essa ansiedade dentro de campo. Queremos fazer o gol logo, mas precisamos ter tranquilidade, saber jogar durante os 90 minutos e não forçar tanto as jogadas como fizemos contra a Venezuela”, afirmou Filipe Luís.