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Brasil Pílula do câncer começa a ser testada em humanos pela Universidade Federal do Ceará

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A substância de fosfoetanolamina será administrada em um total de 64 voluntários para testar possíveis efeitos colaterais e dosagem máxima de tratamento. (Foto: Divulgação/Universidade Federal do Ceará)

A UFC (Universidade Federal do Ceará) começou na semana passada os primeiros testes da chamada pílula do câncer em seres humanos. Ao todos, 64 voluntários vão participar do experimento, realizado pela primeira vez no Brasil.

O objetivo da pesquisa com a fosfoetanolamina, segundo o diretor do NPDM (Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos), Prof. Odorico de Moraes, é observar qual a dosagem máxima do tratamento, verificar possíveis efeitos colaterais, além de realizar o estudo farmacocinético, ou seja, analisar em quanto tempo o fármaco é absorvido pelo corpo e quanto tempo continua circulando pelo organismo.

Todos os voluntários são sadios, entre 18 e 50 anos. Eles foram divididos em quatro grupos e cada um será acompanhado por 15 dias. As 12 primeiras pessoas receberam 500 miligramas do substância, a dosagem inicial do teste. Os outros passarão por dosagens maiores, com um máximo de três gramas. A próxima etapa, com um novo grupo, deve iniciar no começo de julho.

“Aqui encerramos nossa parte nos estudos da Fase 1 com a fosfoetanolamina, para o qual fomos contratados”, informa o professor. A coordenação dos estudos é da professora Elisabete Moraes, coordenadora do Centro de Pesquisa do NPDM. As próximas etapas dependem de novos recursos advindos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, órgão financiador da pesquisa.

“Pílula do câncer”

Desde 2015 a UFC trabalha com a comissão nacional para realização de trabalhos pré-clínicos e clínicos sobre a fosfoetanolamina, principal agente da pílula do câncer. Estudos divulgados pela universidade em 2016 mostram a eficácia da substância sobre um dos tipos mais agressivos e resistentes a respostas do câncer de pele, o melanoma B16F10.

Administrando o fármaco em camundongos, foi possível conferir uma redução de 64% sobre o crescimento do tumor, um índice menor em relação aos verificados com o uso de outros agentes químicos em tratamento de câncer. Além disso, praticamente não houve o registro de efeitos colaterais significativos nos animais.

Os testes com a fosfoetanolamina já foram tema de discussão na Subcomissão de Fármacos da Câmara dos Deputados, com a presença dos pesquisadores da UFC. O grupo reiterou a importância de continuar a pesquisa em equipamentos públicos e de receber financiamento para exercer estudos para o desenvolvimento de fármacos.

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