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Por Redação O Sul | 25 de junho de 2019
A Organização Pan-Americana de Saúde estima que a diabetes é a causa de 5% das mortes em todo o mundo. No Brasil, segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), existem mais de 13 milhões de pessoas convivendo com a doença, o que caracteriza 6,9% da população. Na semana em que se lembra o Dia Internacional do Diabético, 27 de junho, o Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, atenta para a importância do diagnóstico precoce e tratamento da doença.
O endocrinologista e coordenador de Pesquisa e Pós-graduação do Hospital de Ensino São Vicente de Paulo, Hugo Lisboa, afirma que a Diabete Mellitus “é uma doença metabólica crônica cuja a característica principal é o aumento da glicose na circulação devido a uma falha total ou parcial da secreção de insulina pelo pâncreas”. A insulina, por sua vez, “é o hormônio produzido pelas células beta no pâncreas, cuja secreção aumenta à medida que a glicose, o açúcar, sobe no sangue”, explica Hugo.
Tipos de diabetes
Segundo Lisboa, há dois tipos principais de diabetes: a do tipo 1 e a do tipo 2.
A do tipo 1 ou insulino dependente, como também é conhecida, é responsável por cerca de 10% dos casos. Ela se caracteriza por “haver um ataque imunológico contra a célula beta, cujas razões são desconhecidas”, afirma o médico. O tratamento, nesse caso, requer o uso contínuo de insulina, já que o paciente não produz esse hormônio. Hugo revela que “neste tipo de diabete não há uma prevenção conhecida no momento”.
A do tipo 2 é mais frequente e é causada por fatores genéticos e ambientais. Conforme Hugo, as pessoas que engordam e fazem pouca atividade física são mais propensas a desenvolver a doença, porém essa é uma situação controlável. “Aqueles indivíduos que não fazem exercícios desenvolvem uma obesidade que se situa principalmente na barriga. Em virtude disso, engordam o fígado”, relata Lisboa. Esse processo é chamado de esteatose e piora a resistência à insulina, o que faz com que o pâncreas trabalhe muito mais.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco são “a herança genética associada a uma dieta ocidental, com muita fast food e refrigerantes, que levam à obesidade”, avalia o médico. Os hábitos sedentários, jogos de computadores, internet, redes sociais, entre outros, relacionado a essa dieta ruim, para Hugo “oferecem as condições necessárias para o desenvolvimento da diabetes”.
Diagnóstico, tratamento e prevenção
Do número total estimado de pessoas com diabetes, no Brasil, metade não tem diagnóstico. “Os pacientes do tipo 1 tem quadro exuberante onde aparecem aumento de sede, aumento da quantidade de urina e emagrecimento, mesmo com maior consumo de alimentos”, diz Lisboa. O diabetes do tipo 1 deve ser tratado com insulina junto de cuidados na dieta e estimulo de atividade física.
No tipo 2, o início pode ser insidioso e praticamente sem sintomas. “O diagnóstico laboratorial se faz quando se encontra uma glicose no sangue, em jejum, acima de 126 mg por decilitro. Hoje, a dosagem pode ser feita, também, por punção digital, onde, numa gota de sangue, se pode medir glicose com uma fita. Aqueles que, a qualquer hora, apresentarem uma glicose acima de 200 mg por decilitro, podem ser considerados diabéticos” afirma.
Nesse caso, os indivíduos podem ser tratados somente com dieta e exercícios físicos regulares.
“Caso não haja resposta a essa mudança de estilo de vida é necessário o uso de medicamentos. Metformina, medicação usada há 50 anos, costuma ser prescrita na primeira etapa. Se com este remédio, não conseguir controle adequado, há vários outros grupos de drogas que devem ser adaptadas para cada paciente em particular. Não há uma regra geral, o médico é que vai decidir a partir de características daquele indivíduo”, explica Lisboa.
Diferente do tipo 1, que não se conhece prevenção, o tipo 2 pode ser prevenido. “É necessário um cuidado com a dieta, diminuindo a ingestão de refeições abundantes e restringir comidas com carboidratos refinados (farinhas, pão, massas, arroz branco batatas mandioca, entre outros), neste grupo são incluídos os refrigerantes que tem o maior índice glicêmico” avalia o médico.
Complicações
Segundo Lisboa, as principais complicações do diabetes ocorrem no sistema circulatório. “Essas podem ser exteriorizar no fundo de olho (retina), rins e nervos. Podem levar a cegueira, insuficiência renal e amputações dos membros inferiores”, avalia. Complicações macro vasculares, como por exemplo, o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral, tem um maior risco de ser desenvolvida por pacientes diabéticos, além disso, elas são as principais causas de morte desses pacientes.