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Por Redação O Sul | 23 de julho de 2019
O Ministério da Saúde oferece o medicamento rivastigmina adesivo transdérmico para tratar a doença de Alzheimer, previsto no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. O remédio age inibindo uma enzima responsável por degradar a acetilcolina, um neurotransmissor essencial nos processos cognitivos, principalmente a memória. Assim, reduz a velocidade de progressão dos sintomas.
O tratamento pode ser feito com remédios administrados por via oral ou com um medicamento transdérmico, que está disponível há exatamente um ano no SUS (Sistema Único de Saúde).
“O benefício principal é a qualidade de vida, para pacientes, familiares e cuidadores. Além disso, a liberação da medicação é contínua. Isso reduz a possibilidade de surgirem efeitos colaterais”, afirma Rodrigo Rizek Schultz, neurologista e presidente da ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer). A versão oral do remédio já era oferecida na rede pública desde 2003.
Além de receberem a medicação, os pacientes que fazem o tratamento pelo SUS têm acesso a exames de imagem, avaliação clínica e monitoramento do Alzheimer. Para garantir a qualidade de vida, os Centros Especializados em Reabilitação colocam à disposição um conjunto de profissionais capazes de lidar com a doença, incluindo fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e psicólogos. Ou seja, apesar de ainda não ter cura, existem formas eficazes de reduzir sua progressão e dar esperança aos pacientes que precisam enfrentar o Alzheimer com mais qualidade de vida.
Doença
O Brasil tem o equivalente à cidade de Campinas apenas de pacientes com a doença de Alzheimer. Segundo a ABRAz, a enfermidade acomete 1,4 milhão de pessoas no País. O número tende a crescer, já que esse é um problema de saúde típico do envelhecimento, e a proporção da população brasileira com mais de 65 anos está aumentando rapidamente.
A doença não tem cura. Mas, se diagnosticada no início, pode ser tratada, de forma a amenizar os sintomas e reduzir seu avanço. Uma das medidas mais eficazes é estimular o paciente a realizar atividades cognitivas, sociais e físicas, que favorecem a manutenção das habilidades mentais.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2019 os idosos respondem por 9,52% da população. Em 2030, serão 13,54%. Em 2050, 21,87%. Em números absolutos, o total de idosos vai triplicar nos próximos 30 anos. A quantidade de pacientes com Alzheimer também.
Trata-se de uma doença neurodegenerativa, que provoca a diminuição progressiva das funções mentais. O Alzheimer é responsável por até 70% dos casos de demência, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, a doença atinge 11,5% das pessoas com mais de 65 anos.
Os principais sintomas são alteração da memória recente, confusões com detalhes sobre fatos do passado, dificuldade para lembrar de compromissos ou do local onde guardou objetivos, aumento da ansiedade e da autoflagelação, além de problemas para encontrar palavras durante uma conversa e mudanças de comportamento, com o aumento da irritabilidade.
Em um segundo estágio, de acordo com o Ministério da Saúde, a doença provoca dificuldades para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos. No estágio três, surgem outros sintomas, como problemas para identificar familiares ou amigos, incontinência urinária e fecal e dificuldade para comer. O estágio quatro é caracterizado pela deficiência motora grave e pelas infecções constantes.