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Por Redação O Sul | 22 de julho de 2019
A CEF (Caixa Econômica Federal) vai montar um esquema especial para atendimento, com abertura das agências aos fins de semana, após a liberação dos saques das contas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e do PIS. A informação é do presidente do banco, Pedro Guimarães.
O executivo prevê a necessidade de abertura das agências aos sábados e domingos, de acordo com o calendário de saque que deve alcançar 110 milhões de trabalhadores do País. Nesta segunda-feira (22), a Caixa confirmou as declarações do presidente, dadas durante um evento do banco no sul do País, mas informou que outros detalhes operacionais do banco serão divulgados somente após o anúncio oficial das regras pelo governo, esperado para a próxima quarta-feira (24).
“Aguardo ainda a definição desta liberação pelo meu chefe, o ministro da Economia Paulo Guedes, que deve realizar o anúncio das regras na semana que vem, mas vamos abrir as agências para atender os 110 milhões de brasileiros aos sábados e domingos, provavelmente começando pela liberação do PIS”, afirmou Pedro Guimarães.
De acordo com o relatório de demonstração financeira do FGTS de 2017(o último balanço disponível), as contas ativas tinham um total de R$ 358 bilhões e as inativas, R$ 20 bilhões. O FGTS tinha 99,7 milhões de contas ativas e 154 milhões de contas inativas.
Medidas em estudo
A equipe econômica do governo estuda autorizar um saque periódico das contas do FGTS e o valor a ser sacado nessa modalidade poderia ter um teto de R$ 3 mil ou variar de acordo com percentuais que variam de 10% a 35%.
No governo Temer, foram liberados R$ 44 bilhões de contas inativas. No entanto, segundo os interlocutores da área econômica, apenas R$ 15 bilhões foram usados para consumo. O restante virou aplicação financeira.
Mudança
Após sofrer pressões do setor da construção civil, que teme perder financiamento, o governo deve diminuir os valores inicialmente estudados para a flexibilização dos saques do FGTS. A revisão também é necessária porque o ministério da Economia defende mudanças permanentes no fundo para evitar um “voo de galinha” no crescimento do País. Agora, o valor a ser liberado por trabalhador deve ficar limitado a R$ 500 em 2019. Dessa forma, o impacto para o financiamento do FGTS ao ramo da construção fica mais restrito.
O presidente Jair Bolsonaro se reuniu fora da agenda pública na semana passada com representas de empresas da construção civil. Elas temiam que a flexibilização dos saques prejudique o setor, que já se vê em crise nos últimos anos.
Além do limite para 2019, o ministério da Economia também estuda alterar os montantes de liberação do saldo. O percentual de 35% chegou a ser cogitado para contas com saldo de até R$ 5 mil, mas agora pode ser aplicado para contas com montantes menores. Outra opção discutida é diminuir até mesmo o limite máximo de saques, de 35%. Mas, diante das demandas da construção e da preferência por uma mudança que continue ao longo dos próximos anos, o montante pode ser reduzido.