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Por Redação O Sul | 28 de julho de 2019
Na Terra Indígena Waiãpi, no oeste do Amapá, índios denunciaram às autoridades públicas a invasão de garimpeiros e a morte de um cacique de forma violenta. O Conselho das Aldeias Waiãpi-Apina afirmou que o fato ocorreu na última segunda-feira (22), na aldeia Waseity. Os garimpeiros estariam acampados no interior da reserva de acordo com relatos.
Entretanto, a morte do líder não foi testemunhada por nenhum índio e só foi percebida na manhã de terça (23). Ainda de acordo com o Conselho, na sexta (26), moradores da aldeia Yvytotô se depararam com um grupo de indígenas não armados e avisaram as demais aldeia pelo rádio. Mais tarde, os invasores entraram na aldeia e ameaçaram os índios, que tiveram que fugir.
Notas
Por meio de nota, a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que acionou as autoridades competentes no momento em que soube da ocorrência, ontem (27). O órgão deslocou uma equipe para o local. A Polícia Federal (PF), o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e a Polícia Militar do Amapá, também estão na região para apurar o ocorrido.
Também em nota, a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas mostrou-se preocupada com ataque. “Reiteramos a obrigação do Estado brasileiro garantir o direito dos povos indígenas de terem medidas que evitem a prática constante contra a vida e os seus bens e de proteção devida diante da grave violação dos seus direitos, com a repressão e punição dos responsáveis”, destacou a frente parlamentar.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) afirmou também em nota que espera que os órgãos e autoridades públicas tomem medidas urgentes, estruturantes e isentas politicamente, para identificar e punir, na forma da lei, os responsáveis pelo ataque aos Waiãpi.
Origem
A Terra Indígena Waiãpi foi demarcada em 1996. A terra mede um pouco mais de 607 mil hectares e está presente no território de três municípios do oeste amapaense: Laranjal do Jari, Mazagão e Pedra Branca do Amapari.