Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2015
O gasto previdenciário terá um forte crescimento em 2016. A despesa do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) com todos os benefícios deverá chegar a 488,579 bilhões de reais, um aumento considerável ante os 438,971 bilhões de reais que serão desembolsados pelo governo em 2015, segundo a consultoria Tendências.
A despesa previdenciária deverá ser impulsionada sobretudo pelo aumento do salário mínimo, causado pela inflação elevada de 2015.
“Em torno de 70% das aposentadorias e pensões são de até um salário mínimo”, afirmou Fabio Klein, economista da Tendências.
Na previsão feita pelo economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale, apenas o aumento do mínimo deve trazer um impacto de 40 bilhões de reais.
A regra que estabelece o valor do mínimo prevê reajuste com base na variação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes.
Para 2015, a projeção é que o INPC fique um pouco acima de 9% – até julho, está acumulado em 7,42%, enquanto o crescimento da economia brasileira em 2014 foi de 0,1%. Dessa forma, o valor do salário mínimo deverá sair de 788 reais para 867 reais no ano que vem.
Em termos reais, segundo Klein, o crescimento real na despesa previdenciária será de 5,6%, levando-se em conta uma previsão de inflação de 5,4% em 2016.
A herança da inflação elevada e o impacto nas contas do governo deverão se tornar um entrave adicional para o ajuste fiscal. Para 2016, a promessa do governo é de fazer um superávit primário de 0,7% do PIB. O governo chegou a se comprometer com um resultado de 2% do PIB, mas revisou o número em julho, quando também rebaixou a promessa de superávit para 2015. (AE)