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Brasil Empresa sob investigação na Operação Lava-Jato pagou 1,7 milhão de reais ao ex-ministro Palocci

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É a primeira vez que uma empresa suspeita de ter participado do esquema de corrupção na Petrobras aparece ligada à consultoria de Antonio Palocci (Dida Sampaio/AE)

Alvo de um inquérito da PF (Polícia Federal) na Operação Lava-Jato por ter feito pagamentos ao doleiro Alberto Youssef, a petroquímica Unipar Carbocloro também contratou a empresa de consultoria do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, a Projeto. É a primeira vez que uma empresa suspeita de ter participado do esquema de corrupção na Petrobras aparece ligada à consultoria de Palocci.

Por meio de duas empresas, a Unipar pagou 1,7 milhão de reais à Projeto, segundo relatório de 2011 do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda que combate a lavagem de dinheiro. Os pagamentos foram feitos em parcelas de 30 mil reais a 50 mil reais. Vários pagamentos, a partir de outubro de 2009, quando Palocci era deputado federal, foram efetuados na época em que a Unipar buscava se desfazer de uma sociedade com a Petrobras na empresa Quattor, operação concretizada.

Meses depois, a Braskem, braço petroquímico da construtora Odebrecht, adquiriu as participações societárias da Unipar na Quattor. O acordo foi assinado em 22 de janeiro de 2010 entre a Petrobras, a Quattor e a Braskem.  Em delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa disse que “a Petrobras comprou o ativo da parte da Unipar [na Quattor] e então colocou esse ativo na Braskem, aumentando sua participação”.

Uma auditoria independente estimou o patrimônio líquido da Quattor em 1,62 bilhão de reais em 2009. O balanço da empresa indicou ativos totais de 9,7 bilhões de reais em 2009. O valor final da venda da Quattor para a Braskem e a Petrobras foi de 870 milhões de reais.

A Unipar entrou na mira da Lava-Jato após a quebra do sigilo bancário de firmas usadas pelo doleiro Youssef para lavar dinheiro. Dirigentes da Unipar confirmaram à PF ter pago os 812 mil reais a Youssef para intermediação de negócios e prestação de serviços de consultoria, e admitiram que nenhum serviço foi prestado, mas negaram que fosse propina. (Folhapress)

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