Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 17 de agosto de 2019
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Professor de direito expulsa aluno no primeiro dia de aula!
Primeiro dia de aula, o professor de Introdução ao Direito (ou teria sido de hermenêutica?) entrou na sala e a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:
– Qual é o seu nome?
– Chamo-me Carlos.
– Saia de minha aula e não volte nunca mais! – gritou o desagradável professor.
Carlos estava desconcertado. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala.
Todos estavam assustados e indignados, porém, ninguém falou nada.
– Agora sim! – vamos começar.
– Para que servem as leis? Perguntou o professor. Seguiam assustados ainda os alunos, porém pouco a pouco começaram a responder à sua pergunta:
– Para que haja uma ordem em nossa sociedade.
– Não! – respondia o professor.
– Para cumpri-las.
– Não!
– Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.
– Não!
– Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?
– Para que haja justiça – falou timidamente uma garota.
– Até que enfim! É isso, para que haja justiça.
E agora, para que serve a justiça, perguntou o professor.
Todos começaram a ficar incomodados pela atitude tão grosseira.
Porém, seguiam respondendo:
– Para salvaguardar os direitos humanos…
– Para efetivar as garantias das pessoas frente ao Estado opressor, respondeu outro.
– Bem, que mais? – perguntava o professor .
– Para diferençar o certo do errado, para premiar a quem faz o bem…
– Ok, não está mal, porém respondam a esta pergunta:
– Agi corretamente ao expulsar Carlos da sala de aula?
Todos ficaram calados, ninguém respondia.
– Quero uma resposta decidida e unânime!
– Não! – responderam todos a uma só voz.
– Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?
– Sim, respondeu a malta!
– E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade necessária para praticá-las? Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos! Não voltem a ficar calados, nunca mais!
– Vá buscar o Carlos, disse. Afinal, ele é o professor, eu sou aluno de outro período. Pregamos uma peça em vocês.
Moral da história:
Quando não defendemos nossos direitos, perdemos a dignidade e a dignidade não se negocia.
Post scriptum: recebi a historinha por e-mail do meu amigo Astor Wartchow.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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