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Por Redação O Sul | 21 de agosto de 2019
Em depoimento a policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, Wagner Andrade Pimenta, conhecido como Misael, um dos filhos adotivos de Flordelis dos Santos de Souza e do pastor Anderson do Carmo, afirmou que a mãe foi a “mentora intelectual” da morte do pai. O relato foi dado por ele dois dias após o crime, no dia 18 de junho deste ano. Misael e o irmão Daniel dos Santos de Souza foram os primeiros a prestar depoimento atribuindo a participação de Flordelis no assassinato.
Outros três filhos adotivos – Luan Santos, Kelly Cristina dos Santos e Roberta – também fizeram relatos aos policiais que comprometeram a mãe. Em depoimento, Misael disse que Flordelis “manipulando os filhos, encontrou alguém com coragem para matar Anderson”. Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis, e Lucas Cézar dos Santos, filho adotivo do casal, são réus pela morte do pastor. Segundo as investigações, o primeiro foi o responsável por atirar na vítima e o segundo, auxiliou na compra da arma utilizada no crime.
Em suas declarações à polícia, Misael contou ainda que a mãe lhe disse acreditar que Anderson estava “dando a volta nela com relação à dinheiro”. No depoimento, ele contou que em outubro do ano passado Anderson ficou internado durante cinco dias e perdeu cerca de 20kg. Na época, ele disse que não sabia o motivo, mas hoje sabe que estavam dopando o pai segundo ordens de Flordelis. Pelo menos outros três filhos confirmaram que medicamento estavam sendo dados para o pastor.
No dia 24 de junho, Misael deu um novo depoimento à polícia e relatou ter descoberto que Flordelis digitou uma das mensagens que a irmã, Marzy Teixeira, enviou para Lucas pedindo que ele matasse Anderson. Segundo Misael, Marzy foi questionada pela esposa dele, Luana, sobre a mensagem, e ela admitiu que o texto foi escrito pela deputada. A mensagem foi escrita no tablet de Anderson e encontrada por ele depois. Como a igreja havia sido furtada no ano passado, o pastor acreditou que o texto fora escrito em um outro aparelho do tipo, furtado na ocasião, e aparecido no novo tablet pela “nuvem”.
Misael afirma que teve acesso ao celular do pai no dia seguinte, pois o aparelho estava com o motorista da mãe, Marcio da Costa Paulo. No celular, ele conseguiu recuperar a mensagem pelo sistema e fotografou com seu celular, que foi entregue à polícia. Ainda de acordo com Misael, Marcio lhe relatou que entregaria o celular para Flordelis.
Já Daniel, no seu depoimento do dia 18 de junho, também afirmou acreditar no envolvimento de Flordelis na morte do pastor. Ele ainda disse que escutou da mãe que a hora do seu pai ia chegar e não demoraria muito. O rapaz relatou a possibilidade de envolvimento no crime de Flávio, Lucas, outras duas filhas e mais uma neta da pastora.
Assim como Daniel, Luan e Roberta também afirmaram à polícia acreditarem no envolvimento de Flordelis na morte de Anderson. Em seu depoimento, o rapaz afirmou que sua irmã Simone dos Santos, filha biológica de Flordelis e irmã de Flávio, lhe disse que a mãe havia pedido que ela contratasse alguém para “apagar” Anderson. Mas, sabendo que Simone não faria o que ela lhe pediu, resolveu fazer pedir para Marzy. Ainda de acordo com Luan, a própria Simone lhe disse que era a responsável pelos problemas de saúde de Anderson, dando a ele remédios. Luan também contou ter escutado a mãe falar sozinha a palavra “acabou” após o crime.
No depoimento de Roberta, ela diz que Flordelis ganharia paz com a morte de Anderson. Além da mãe, ela também acredita no envolvimento das duas irmãs e neta da pastora, citadas anteriormente por Daniel. Ela disse, ainda, que ao ver a forma com que Flordelis se comporta perante a imprensa, não tem dúvidas de que se trata de teatro e que vê nos olhos da mãe um sentimento de alívio.
Já Kelly afirmou que a mãe sempre dizia aos filhos que “no dia em que Anderson não estivesse mais ali, as coisas iriam melhorar”. Ela revelou, ainda, que no dia anterior aos depoimentos, Flordelis tentou reunir todos os filhos com o advogado para combinar o que seria dito à polícia. Kelly afirmou que não compareceu à reunião.