Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2019
Um protocolo de intenções entre a prefeitura de Porto Alegre e o governo do Rio Grande do Sul poderá resultar em um medida significativa para o transporte público: a integração entre os sistemas de ônibus da capital gaúcha e Região Metropolitana. Com validade de 12 meses, o documento formaliza o prosseguimento das tratativas para que a iniciativa seja colocada em prática. Um grupo de trabalho já analisa as questões técnicas.
O governador se mostrou satisfeito com a formalização de um tema que já vem sendo discutido desde o início da gestão. “O futuro está no transporte coletivo. Temos de estudar a melhor maneira de se adaptar às mudanças tecnológicas e aos interesses da população, economizando recursos e também beneficiando os usuários do transporte coletivo”, destacou Leite.
O protocolo foi elaborado com a participação de diferentes órgãos. São eles a Saam (Secretaria de Articulação e Apoio aos Municípios), Metroplan (Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional) e Smim (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana) e EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação).
Conforme o Palácio Piratini, a ação é uma das medidas destinadas a contornar a redução de passageiros nos transporte coletivo, a exemplo do que ocorre em diversos pontos do País, devido à concorrência com aplicativos de transporte particular, dentre outros fatores. “Isso gera um ciclo vicioso, uma vez que, quanto menor a demanda por passagens, maior o preço tarifário”, frisou o site oficial do governo gaúcho.
Ineditismo
O diretor-superintendente da Metroplan, Rodrigo Schnitzer, explicou que o sistema de transporte metropolitano perdeu cerca de 50 milhões de usuários nos últimos dez anos, baixando de 150 milhões para 100 milhões. Além disso, 86% da demanda dos passageiros está relacionada ao deslocamento de casa para o trabalho e vice-versa.
“Essa proposta de reorganização do transporte coletivo promoverá mudanças de linhas, eliminando a sobreposição e racionalizando o sistema”, salientou. “Nunca antes houve um alinhamento nesse tema. Os sistemas não estavam maduros para isso, mas agora conseguimos chegar a um consenso.”
Os envolvidos no protocolo de intenções estão comprometidos a criar um plano operacional de integração física (cenários de corte de linhas de ônibus e indicação de horários e espaços físicos), plano econômico, financeiro e jurídico da Câmara de Compensação Tarifária Integrada Municipal e Metropolitana, plano de estruturação do sistema para controle e fiscalização da operação, interoperabilidade da bilhetagem e de informação ao usuário, e plano de ação do início da operação integrada por meio de projeto-piloto e futura expansão da operação integrada.
Ao governo do Estado, por meio da Metroplan, caberá participar em comitês deliberativos de gestores e de grupos técnicos executivos, seccionar as linhas entre alimentadoras ou troncais, e informar ao município e às concessionárias as ações necessárias para que a operação integrada tome forma.
(Marcello Campos)