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Por Redação O Sul | 25 de agosto de 2019
Depois de grandes personalidades do esporte, como Cristiano Ronaldo, e até do rival Corinthians, o Palmeiras também protestou contra as queimadas na Amazônia. O clube do coração do presidente Jair Bolsonaro, que tem frequentado os jogos e participou da festa do último título brasileiro, pediu que “aqueles com poder”, sem citar nomes, intercedam no caso.
“Não deixem que o verde se torne cinza. Nós, que amamos o verde, estamos consternados com as notícias sobre as queimadas na Floresta Amazônica. Clamamos àqueles com poder para interceder na situação que cumpram com seu papel, ajudando a proteger e preservar esse patrimônio brasileiro e da humanidade”, escreveu o Palmeiras nas redes sociais.
Desde a última quinta-feira (22), quando as principais manifestações de apoio à Amazônia começaram a se espalhar pelas redes sociais, diversos torcedores palmeirenses pressionavam o clube a também se posicionar. A postagem de sexta-feira, no entanto, dividiu opiniões entre os alviverdes.
Enquanto alguns criticaram o Palmeiras por sua proximidade com Bolsonaro e pelo fato de não ter citado nominalmente o nome do presidente, outros elogiaram a iniciativa. Houve também uma considerável parcela de seguidores que acusaram o clube de “oportunismo” e “lacração” e reforçaram a posição do próprio Bolsonaro de minimizar o problema e acusar a oposição e a imprensa de espalhar notícias falsas sobre as queimadas.
A pressão internacional sobre o Brasil aumentou após a divulgação de informações sobre o aumento das queimadas na Amazônia. Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), as queimadas tiveram um acréscimo de 82% de janeiro a agosto de 2019 ante o mesmo período do ano passado. Esta é a maior alta no índice em sete anos.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) insinuou que esse tipo de ação tem sido provocado por ONGs com o intuito de prejudicá-lo. “Pode estar havendo, não estou afirmando, ação criminosa desses ‘ongueiros’ para exatamente chamar a atenção contra a minha pessoa”, afirmou, ao sair do Palácio do Planalto, na quarta-feira, 21. O presidente, entretanto, não apresentou nenhuma evidência dessa sua hipótese, baseada apenas em seu “sentimento”.
Na quinta-feira, Bolsonaro manteve suas posições e adotou um tom de enfrentamento contra o presidente francês Emmanuel Macron, que decidiu levar a questão dos incêndios à reunião de cúpula do G7. No Twitter, o brasileiro chamou o colega de “sensacionalista” e “colonialista” , enquanto seu filho, o deputado e postulante ao cargo de embaixador nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro, compartilhou um vídeo em que Macron é chamado de “idiota”.