Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 26 de agosto de 2019
A equipe técnica do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), executado pela Univali (Universidade do Vale do Itajaí), encontrou mais de 40 pinguins mortos na última quinta-feira (22), em Bombinhas (SC). Todos os animais eram da espécie Spheniscus magellanicus, o famoso pinguim-de-Magalhães. A principal suspeita de morte é a desnutrição e a infestação de parasitas no sistema gastrointestinal. Apenas um pinguim foi encontrado com vida, mas em grave situação de debilitação, além de estar cego de um olho. As informações são do PMB-BS e do portal de notícias G1.
Os pinguins foram recolhidos nas praias de Canto Grande, Mariscal e Zimbros. Todos foram encaminhados à Unidade de Estabilização de Animais Marinhos da Univali, em Penha (SC). Os animais que estiverem em condições de análise cadavérica serão examinados para confirmar o motivo do óbito. De acordo com o oceanógrafo e coordenador da unidade, Jeferson Luís Dick, a presença de parasitas no sistema gastrointestinal é comum nesta espécie, situação que contribui para a debilitação e óbito do animal.
Na manhã de sexta-feira (23), mais cinco animais em Itapema, um em Porto Belo e outro em Bombinhas foram localizados pelo Instituto Anjos do Mar.
A ocorrência da espécie no litoral brasileiro é comum nesta época do ano, pois os pinguins partem de colônias reprodutivas da costa do Uruguai e da Argentina em busca de águas mais quentes e de alimentos. Segundo Jeferson, a espécie costuma migrar em grupos, o que explica a morte concentrada dos pinguins. Quando não encontram alimentos, ficam desnutridos e desidratados, facilitando o encalhe e morte na praia.
“Essa causa de morte dos pinguins está mais relacionada a uma causa natural, desses animais estarem bem magros e debilitados, com uma grande infestação de parasitas”, explica Jeferson Dick.
Para o diretor do Instituto Anjos do Mar, Marcelo Assumpção Ulysséa, o uso de redes feiticeiras também tem causado as mortes. “Redes ilegais de pesca no costão”, complementa o diretor, que encontrou animais presos nelas.
O pinguim que estava vivo na hora do resgate será acompanhado e atendido por biólogos, veterinários e tratadores para tentar estabilizar sua saúde corpórea. Os animais atendidos na unidade recebem todo o auxílio necessário prestado por profissionais capacitados, recebendo alimentação nutritiva de acordo com sua dieta, hidratação e medicação, caso seja necessário.
Monitoramento das praias
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. A Univali monitora o Trecho 4, compreendido entre Governador Celso Ramos a Barra Velha.