Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de maio de 2015
Já era sabido por cientistas que alterações no comportamento de animais sinalizam, com horas ou dias de antecedência, eventos naturais, como os terremotos. Mas o fenômeno foi documentado em uma nova pesquisa mostrando que aves e pequenos mamíferos do Parque Nacional Yanachaga, no Peru, se “refugiaram” cerca de cinco dias antes do terremoto Contamana, de 7 graus na escala Richter, ocorrido em 2011 nos Andes peruanos.
A ideia, no futuro, é observar o comportamento dos animais para, com base nele, poder alertar os humanos e prevenir mortes, como as cerca de seis mil ocorridas no terremoto do Nepal, na Ásia. O estudo foi realizado por Rachel Grant, da Anglia Ruskin University, do Reino Unido; Friedemann Freund, da Nasa (agência espacial americana); e Jean-Pierre Raulin, do Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie, no Brasil. Artigo relatando o trabalho foi publicado na revista Physics and Chemistry of the Earth.
Especialmente noticiada no passado foi a “disparada” dos elefantes asiáticos para terras altas, por ocasião do terremoto seguido de tsunami de dezembro de 2004. Muitas vidas humanas foram salvas graças a isso.
Raulin conta que, na experiência peruana, os animais foram monitorados por um conjunto de câmeras. “Para não interferir em seu comportamento, essas câmeras eram acionadas de forma automática no momento em que o animal passava na sua frente, registrando a passagem por meio de flash de luz infravermelha”, detalhou o pesquisador.
Em um dia comum, cada animal era avistado de cinco a 15 vezes. Porém, no intervalo de 23 dias que antecedeu o terremoto, o número de avistamentos por animal caiu para cinco ou menos. E, em cinco dos sete dias imediatamente anteriores ao evento sísmico, nenhum movimento de animal foi registrado pelo sistema de filmagem dos pesquisadores. (AD)