Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de setembro de 2019
O senador Cid Gomes (PDT-CE) teve queda de pressão enquanto concluía, no plenário do Senado, a leitura de seu parecer sobre a distribuição de recursos do pré-sal entre a União, Estados e municípios. Pálido e com febre, Cid brincou que temia pelo seu “passamento” na sessão. Minutos depois, o senador não aguentou permanecer em pé e se sentou no piso da própria tribuna.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), suspendeu imediatamente a sessão para que Cid pudesse se recuperar. Médicos, os senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Rogério Carvalho (PT-SE) correram para atender o colega. O senador se deitou por alguns instantes.
Cinco minutos depois, Cid voltou à tribuna para continuar a leitura de seu parecer. O pedetista leu emenda do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), pela qual a União abre mão de 3% das receitas do pré-sal para estados produtores de petróleo, como Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Cid Gomes sofre da Síndrome de Vasovagal, que provoca quedas súbitas de frequência cardíaca e pressão arterial que provoca desmaios, muitas vezes em reação a um fator desencadeante estressante.
De acordo com a assessoria do senador, era comum o pedestista sofrer de episódios parecidos quando era governador do Ceará, sendo atendido no HGF (Hospital Geral de Fortaleza).
Em seguida, o presidente do Senado agradeceu a Cid pelo esforço. Davi Alcolumbre contou que o senador estava em sua casa, com febre e de atestado médico. Mas que resolveu comparecer ao Congresso nesta tarde após os líderes fecharem acordo para a votação da chamada cessão onerosa.
“Foi uma queda de pressão. Falta sangue na cabeça. E aí a solução é essa. Deitar”, explicou Cid na saída do plenário. O senador foi levado para o Serviço Médico do Senado.
Críticas
Aos 56 anos, depois de ser líder estudantil na década de 1980 e filiado a partidos ligados a lutas populares ao longo da carreira política, o senador Cid Gomes afirma ter vergonha de se dizer de esquerda. O culpado, segundo ele, é o Partido dos Trabalhadores.
“O PT acabou passando uma ideia para a população de que esquerda é o vale-tudo, pode meter a mão, pode fazer o que quiser sem o mínimo de moral e ética”, diz, para completar em seguida: “A crença de alguns de que os fins justificam os meios virou sinônimo de corrupção e de desmando. Isso acabou ficando colado na esquerda”, disse.
Na semana passada, Cid falou ainda sobre o governo de Jair Bolsonaro, o difícil papel da oposição, o ministro Sérgio Moro e a candidatura do irmão Ciro Gomes. Sobre o chefe da Justiça, o senador foi impiedoso: “Ele nunca me enganou, nunca foi juiz. É um político”. Sobre o ex-candidato à presidência nas eleições de 1998, 2002 e 2018, Cid afirma: “Ele deverá será candidato novamente em 2022.”