Sexta-feira, 07 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de setembro de 2019
No dia 18 deste mês, o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª região) terá novo embate sobre autorizar ou não a quebra de sigilo fiscal e telefônico de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, advogado de Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada no presidente Jair Bolsonaro.
O caso, relatado pelo desembargador Néviton Guedes, está agendado para ir ao plenário nesse dia. É uma das poucas esperanças, na avaliação de investigadores do caso, de gerar novas respostas sobre o caso.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), porém, defende que seria inconstitucional. A grande pergunta que os investigadores querem responder é sobre quem pagou Zanone. Os policiais chegaram a iniciar uma perícia no telefone, mas interromperam com a suspensão da autorização da quebra, por uma liminar de Guedes, em fevereiro deste ano.
Segundo pessoas com acesso às investigações, a prorrogação por mais 90 dias só foi pedida pelo delegado Rodrigo Moraes em virtude do julgamento ter entrado na pauta do tribunal. Tudo indica que, se for mantida a suspensão da quebra, o inquérito será relatado sem grandes novidades, para infelicidade do presidente Jair Bolsonaro.
“Delírio”
O advogado Zanone de Oliveira Junior, que defende Adélio Bispo no caso do atentado contra Jair Bolsonaro, voltou a dizer que o ataque, que completou um ano na sexta-feira (06), foi motivado por “delírio” e que o cliente agiu sozinho.
Adélio está preso por ter dado uma facada no então candidato à Presidência durante campanha em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Ele foi preso no mesmo dia e confessou à Polícia Militar e à Polícia Federal que foi o autor do crime.
No depoimento, Adélio se declarou de esquerda e classificou Bolsonaro como um político de ultradireita. O agressor disse que políticos se apropriaram de alguns de seus projetos e que tentou processá-los, mas sem sucesso. No boletim de ocorrência, ele ainda disse que agiu “a mando de Deus”.
O juiz do caso afirmou que Adélio tem doença mental e é inimputável, ou seja, não pode ser punido criminalmente. A prisão foi convertida em internação por tempo indeterminado. Pela decisão, o agressor deve permanecer em um presídio de Campo Grande (MS).
Para Zanone, não restam dúvidas da atuação apenas de Adélio e que ele tem Transtorno Delirante Persistente. Segundo o advogado, foram vários laudos que comprovam o transtorno. “O processo não traz prova de nada. Acho que não tem ninguém por trás. Realmente foi um delírio”, disse.