Quinta-feira, 06 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de setembro de 2019
A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) tentará outra via para fazer avançar o projeto de autonomia da Polícia Federal. A entidade pedirá a senadores o desarquivamento de uma proposta de 2015 sobre o tema.
De autoria de vários senadores, a proposta estabelece, por exemplo, que o diretor-geral da PF seja escolhido pelo presidente por meio de uma lista tríplice. A estratégia é uma forma de aumentar as chances de aprovação, já que a ADPF também pressiona para que a Câmara vote proposta semelhante.
Peritos
O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo, manifestou neste sábado (07) apoio ao atual diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo, fritado pelo presidente Jair Bolsonaro.
A saída do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, segundo apurou o Estado, já é dada como certa pela corporação. Nos bastidores, a PF avalia que o ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, foi “emparedado” pelo presidente Jair Bolsonaro, vem sofrendo sucessivas derrotas no governo e perderá de vez o poder de comando se não tiver carta branca para indicar o substituto de Valeixo.
Só o que falta, agora, é acertar a data da dispensa do diretor-geral, que tem férias de dez dias marcadas para próxima segunda-feira (09). “Diante das especulações sobre eventual troca na direção-geral da Polícia Federal, a APCF [Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais] manifesta total apoio, respeito e reconhecimento da perícia criminal federal ao trabalho sério e independente que tem sido realizado pelo atual diretor-geral, Maurício Valeixo”, reagem os peritos.
Eles afirmam que, “atuando com isenção e liberdade, de forma republicana, a instituição tem mostrado princípios maiores e visão de futuro, fazendo aquilo que tem sido sua bandeira: a integração de forças para combater o crime organizado e os corruptos, o que tem permitido o amplo reconhecimento da população”.
“A prerrogativa de mudar a direção da PF não pode dar ao Executivo carta branca para destituir, em poucos meses e sem critérios objetivos, o atual dirigente máximo do órgão. O respeito à instituição é fundamental para sua efetividade no combate ao crime, doa a quem doer. Mesmo que os eventuais nomes aventados para assumir o cargo sejam qualificados, acreditamos ser necessário investir na continuidade do bom trabalho que vem sendo realizado”, ressaltam os peritos.
“Ainda que administrativamente ligada ao Executivo e ao Ministério da Justiça, a PF, com sua autonomia, tem atuado com efetividade contra o crime organizado violento e do colarinho branco. Essa independência em relação aos ocupantes de cargos eletivos e políticos foi determinante para que fossem obtidos, nos últimos anos, excelentes resultados em benefício da sociedade, como na Operação Lava-Jato, que já investigou, inclusive, integrantes de partidos antagônicos”, conclui.