Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2015
O MPF (Ministério Público Federal) recebeu 614 ossadas que estavam em vala clandestina do Cemitério Público Municipal de Perus, na capital paulista (SP). Os restos mortais de possíveis desaparecidos políticos da ditadura militar ficarão armazenados em sala-cofre no subsolo do MPF em São Paulo até que a reforma no laboratório da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) esteja concluída, e as ossadas possam ser transferidas para a instituição.
O material foi recebido pelo MPF no sábado. O cemitério de Perus foi usado durante a ditadura militar para enterrar secretamente militantes políticos assassinados e outras vítimas de violência.
No laboratório da universidade, já há 433 ossadas, o que fez atingir a capacidade máxima do local, que só deve ser ampliada após a obra. O conteúdo de 385 caixas já foi aberto e verificado. Por meio de análise antropológica, arqueólogos estimaram o perfil biológico das ossadas, como sexo, estatura, faixa etária e possíveis traumas. Do total já verificado, 85% são ossadas do sexo masculino. Existe também um percentual de 5% de crianças. Em 22% das caixas, havia mais de um indivíduo, o que significa que o número de pessoas a serem identificadas pode ser maior que
o estimado.
Segundo o ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Pepe Vargas, está em curso o processo de contratação de um laboratório internacional que também se dedicará à análise genética das ossadas. O valor a ser investido é de 2 milhões de reais.