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Brasil A Câmara dos Deputados convida Rodrigo Janot a se explicar sobre declarações contra o ministro do Supremo Gilmar Mendes

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Janot (foto) revelou a intenção de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes. (Foto: STF/Divulgação)

Após dizer que teve a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot foi convidado, nesta quarta-feira (02), a dar explicações na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

Janot não é obrigado a ir. Na última semana, ele disse, em entrevista, que chegou a ir armado à uma sessão do Supremo com a intenção de matar a tiros Gilmar. “Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele [Gilmar] e depois me suicidar”, afirmou.

Após pedido de Gilmar, o ministro Alexandre de Moraes proibiu Janot de se aproximar a menos de 200 metros de qualquer um dos ministros do tribunal. O ex-procurador está impedido de entrar no Supremo e teve suspenso seu porte de armas.

Segundo o ministro, as medidas cautelares foram tomadas “para evitar a prática de novas infrações penais e preservar a integridade física e psicológica dos ministros, advogados, serventuários da Justiça e do público em geral que diariamente frequentam esta Corte”.

Livro

O dia em que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot entrou armado no STF para matar o ministro Gilmar Mendes e depois cometer suicídio é tratado de forma genérica, e sem citar nomes, no seu livro de memórias, “Nada Menos que Tudo”, que será lançado neste mês. “Não queria dar dramaticidade a esse fato no livro”, afirmou Janot em entrevista.

Apesar de evitar a dramaticidade no livro, o caso repercutiu na semana passada após o ex-procurador contar em detalhes o ocorrido a jornalistas ao falar sobre o lançamento da publicação. No livro, narrado em primeira pessoa, Janot conta os bastidores dos quatro anos em que chefiou o Ministério Público Federal, o que inclui uma série de fatos da Operação Lava-Jato, além do oferecimento de duas denúncias contra o então presidente Michel Temer e o polêmico acordo de delação premiada dos executivos da JBS.

O ex-procurador também dedicou um espaço ao deputado Aécio Neves (PSDB), que enquanto era senador foi alvo de inquéritos conduzidos por Janot. “Aécio foi um dos que mais se empenharam para não ser investigado”, disse Janot, que citou encontros em que o tucano chorou, apelou para a família e até ofereceu cargos públicos para escapar das investigações.

Janot também não poupou críticas a sua sucessora, Raquel Dodge, por considerar que ela freou a Lava-Jato.

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