Domingo, 24 de novembro de 2024
Por adm | 7 de outubro de 2019
“Precisamos escolher nossas bandeiras, ter a nossa identidade, precisamos saber que é possível viver sem governo. Precisamos de agenda, mas não precisamos de governo para sobreviver, porque o MDB é maior do que isso”. Foram as primeiras declarações de Baleia Rossi, deputado federal por São Paulo, eleito ontem presidente nacional do MDB. Nada surpreendentes.
Fatos comprovam
Rossi foi sincero: o MDB, hoje, não tem bandeiras nem identidade. Desde a derrota de Orestes Quercia, na eleição presidencial de 1994, o partido viveu pegando caronas. O fracasso da candidatura de Henrique Meirelles, no ano passado, apenas comprovou que perdeu o rumo.
Fulminante
Do total de 319 votos dos convencionais, Rossi obteve 311. Significou um arrasa quarteirão. A chapa única Renovação Democrática traz nomes tradicionais da legenda e de filhos de políticos.
O MDB do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, que ensaiaram uma oposição, desistiram, sendo atropelados pela locomotiva do poder.
Só para lembrar
Em outubro de 1965, candidatos dos Partidos Trabalhista Brasileiro e Social Democrático, considerados de oposição, venceram eleições para governos estaduais. A reação veio com o Ato Institucional n° 2, que extinguiu o pluripartidarismo.
No início de 1966, surgiram dois partidos para dividir a cena política: o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e a Aliança Renovadora Nacional (Arena).
A coragem e a determinação de ser oposição, que existiam há 53 anos no MDB, desapareceram. Hoje, o dicionário do partido consagra as palavras cargos e adesão ao poder do Palácio do Planalto. Qualquer que seja.
Longe do exemplo
A convenção do MDB ocorreu ontem para homenagear Ulysses Guimarães, que nasceu a 6 de outubro de 1916. Um de seus ensinamentos, que os atuais líderes não assimilaram: “A Pátria não é capanga de idiossincrasias pessoais. É indecoroso fazer política uterina, em benefício de filhos, irmãos e cunhados. O bom político costuma ser mau parente.”
Afinados
Os secretários estaduais da Fazenda estão preparados para intervir em grupo nos debates sobre a reforma tributária, que ocorrerão na Câmara dos Deputados e no Senado.
O acordo vai adiante, incluindo ações contra a União para o ressarcimento dos prejuízos com a Lei Kandir, o regime de previdência dos servidores públicos dos Estados e substituição tributária do ICMS.
Funciona
A Assembleia Legislativa de Goiás não ficou no blá-blá-blá. Criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os incentivos fiscais concedidos pelo Estado às empresas. O compromisso inicial de seus integrantes vem sendo cumprido: não serve como vitrine para projeção pessoal e busca de manchetes. Na sequência, a população toma conhecimento do que significa beneficiar alguns, circunstância vinda de longe. Pretende concluir aplicando a tesoura nos incentivos, para que entre mais dinheiro na Secretaria da Fazenda.
Não pode ficar no meio do caminho
A Comissão Especial de Medidas de Combate ao Devedor Contumaz, da Câmara dos Deputados, realizará audiência pública, às 11 horas de amanhã. Pretende criar mecanismos para quem enfrenta dificuldades. A tarefa ficará incompleta se não convocar governos caloteiros. Nesse caso, quem paga a conta é o contribuinte de impostos.
Eles têm razão
“O excesso de candidatos pode ser meu maior cabo eleitoral.” É a frase mais repetida entre os que concorrerão à Prefeitura de Porto Alegre.
Pedem socorro
Sem combustível, os navios que levam a bandeira do Clube dos Estados Falidos jogaram toda carga no mar. Mesmo assim, estão a ponto de adernar.