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Brasil Collor manobra para participar da sabatina do procurador-geral da República

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Segundo Collor (foto), Janot omitiu da documentação entregue à CCJ informações sobre a sua conduta, como, por exemplo, que é alvo de investigações no TCU (Foto: AG)

Crítico contumaz do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o senador Fernando Collor (PTB-AL) manobrou para poder participar do processo que Janot enfrentará no Senado para ser reconduzido ao cargo. Denunciado por Janot por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras, Collor passou a integrar a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)  da Casa na semana passada para participar da sabatina a qual Janot será submetido antes de ter seu nome votado pelo colegiado.

Líder do bloco União e Força, que agrega o PTB, PR, PSC e PRB, Collor destituiu o senador Douglas Cintra (PTB-PE) e se indicou no lugar do parlamentar para compor a suplência da comissão na última terça-feira (18). Já no dia seguinte, ele apresentou um voto em separado contrário à aprovação do nome de Janot, com documentos em desfavor do procurador.

Segundo Collor, Janot omitiu da documentação entregue à CCJ informações sobre a sua conduta, como, por exemplo, que é alvo de investigações no TCU (Tribunal de Contas da União) e no próprio Senado, onde tramitariam cinco petições contra o procurador. O presidente da comissão, senador José Maranhão (PMDB-PB), chegou a acatar as informações apresentadas por Collor, mas disse que elas seriam usadas apenas como subsídio para a relatoria porque, como se trata de uma votação secreta, o senador não poderia indicar formalmente o seu voto.

De acordo com senadores próximos a Collor, ele resolveu voltar à comissão para constranger o procurador durante a sabatina. Como suplente, Collor pode participar das discussões, mas só terá direito a voto se algum senador do seu bloco estiver ausente. Fazem parte do bloco e são titulares na CCJ os senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ), Magno Malta (PR-ES) e Eduardo Amorim (PSC-SE).

Caso Janot seja aprovado pela CCJ, ele ainda terá que passar pelo crivo do plenário do Senado, onde terá que obter pelo menos 41 votos favoráveis à sua recondução, de um total de 89 senadores. Ele não se pronunciou sobre as acusações feitas por Collor. (Folhapress) 

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