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Política Convidado a debater segunda instância, ministro Sérgio Moro deve conversar antes com os presidentes das duas Casas legislativas

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Sérgio Moro deve se reunir também com presidente do Senado.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O instituto indica ainda que Moro é conhecido por 93% dos entrevistados. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A polêmica que envolve a discussão de propostas que tratam da prisão de réus em segunda instância no Congresso pode ter um novo capítulo nesta segunda-feira (25). Uma possível reunião entre líderes partidários no Senado pode definir se a Casa vai mesmo desistir de avançar no debate do projeto de lei (PLS 166/2018), que altera o CPP (Código de Processo Penal). O texto do senador Lasier Martins (Podemos-RS) determina que “ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de condenação criminal por órgão colegiado ou em virtude de prisão temporária ou preventiva”.

A proposta, apoiada pela presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, Simone Tebet (MDB-MS), chegou a ter o parecer, favorável a aprovação, lido pela senadora juíza Selma ( Podemos – MT) na reunião do colegiado da última quarta-feira (20). No mesmo dia a votação da matéria foi adiada por ter recebido um pedido de vista coletiva. Além disso, foi aprovado um requerimento da oposição para uma audiência pública, na próxima terça-feira (26), com juristas e autoridades sobre o tema. Entre os convidados está um dos maiores defensores da ideia, o Ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.

Oficialmente, a audiência pública está mantida, mas Moro, que havia confirmado sua disposição em participar do debate, teria sido aconselhado a antes conversar com os presidentes das duas Casas legislativas para decidir sobre sua ida ao Senado. É que um acordo entre líderes, se houver reunião na segunda, pode levar ao cancelamento da audiência pública.

Mudanças

A mudança de rumo na discussão da matéria veio na última quinta-feira (21) depois de uma reunião na Residência Oficial do presidente no Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), com líderes da Câmara e do Senado. Lá, após o encontro, senadores de vários partidos sinalizaram que diante da resistência dos deputados em votar o texto do Senado, apoiar a proposta da Câmara que propõe mudanças por meio de uma PEC (proposta de emenda à Constituição) seria a melhor decisão.

Os parlamentares querem uma reposta do Legislativo à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que decidiu que a prisão de réus condenados em segunda instância só pode acontecer depois de esgotadas todas as possibilidades de recurso.

A diferença entre as duas propostas é que, por projeto de lei, a matéria poderia ser aprovada mais facilmente no plenário, porque exige apenas maioria simples, enquanto uma proposta de emenda à Constituição exige o apoio de pelo menos 49 senadores e votação em dois turnos da matéria.

Para o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), o importante é a segurança jurídica da norma. “O caminho mais difícil [ a PEC], com consenso, é melhor que o caminho mais fácil [projeto de lei] sem consenso. Então, acho que isso vai ser acordado”, disse.

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