Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 1 de dezembro de 2019
O Brasil prossegue em sua marcha de envelhecimento. Especialistas projetam que o País deve se tornar idoso em 2029, quando a proporção de pessoas com idade a partir de 60 anos será maior que a de habitantes menores de 15 anos.
A expectativa de vida dos brasileiros cresceu em 3,1 anos na última década, passando de 73,2 anos em 2009 para 76,3 anos em 2018. Em 2017, a esperança de vida era de 76 anos, conforme um estudo recente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O documento apresenta as estimativas para cada faixa etária da população.
Um homem de 50 anos tinha um esperança de sobrevida de 36,8 anos em 2018, por exemplo. Em 2008, essa expectativa era de 34 anos. Uma mulher de 80 anos tinha uma expectativa de sobrevida de mais 10,4 anos, de acordo com a nova tábua de mortalidade. Esse dado era de dez anos em 2009.
Essa maior longevidade média tem efeitos de curto prazo. A aumento da expectativa de vida de 2017 para 2018 traz repercussões nos cálculos das aposentadorias de brasileiros, via o fator previdenciário, mecanismo utilizado pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) na tentativa de adiar a aposentadorias de trabalhadores, penalizando quem se aposenta mais cedo.
Cálculos elaborados por consultores indicam que o trabalhador que se aposentar pela Previdência agora precisará trabalhar cerca de dois meses a mais, em média, para receber o mesmo valor de benefício que teria direito na vigência da tabela antiga. Sem esse período a mais de contribuição, o trabalhador vai se aposentaria com um benefício 0,64% menor.
Condições
O envelhecimento dos brasileiros reflete melhorias nas condições de vida. A mortalidade infantil, por exemplo, caiu significativamente nas últimas décadas com avanços no acesso a vacinas, atendimentos de saúde e saneamento básico. O índice de mortalidade infantil — probabilidade de morte antes de completar um ano — foi de 12,4 por mil em 2018, abaixo dos 12,9 por mil do ano anterior. Essa razão de óbitos era de 69,1 em 1980.
Apesar dos avanços, o Brasil segue bastante distante dos indicadores exibidos pelos países mais desenvolvidos do mundo, como Japão e Finlândia, ambos com taxas de mortalidade infantil inferior de 2 por mil nascidos vivos. Dentre os países em desenvolvimento que compõem o Brics (acrônimo para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil está mais próximo da China, que tem mortalidade infantil de 9,9 por mil nascidos.
Para chegar aos números de mortalidade infantil do ano passado, o IBGE não utiliza registros de óbito e dados do Ministério da Saúde referentes a 2018, mas sim projeções baseadas nas tendências populacionais, de fecundidade e de mortalidade. Por essas projeções, a mortalidade infantil deverá continua caindo nos próximos anos e entrar na casa de um dígito em 2025.