Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de dezembro de 2019
Contribuiu para essa estabilidade o fato de os brasileiros estarem esperando mais para trocar de telefone. E quem está mudando de aparelho tem optado por aqueles de maior valor e tecnologia, o que fez com que o setor vendesse menos, mas faturasse mais neste ano, segundo dados da Abinee (associação da indústria eletroeletrônica).
O crescimento do chamado mercado cinza é estimado em 500% em relação a 2018. O Paraguai, que tem 6 milhões de habitantes, já importou 8 milhões de aparelhos neste ano –metade teve como destino final o Brasil. O mercado formal de smartphones, por outro lado, encolheu 7% em 2018 e ficou praticamente estável neste ano, com acréscimo de apenas 200 mil em um universo de 44,7 milhões de unidades. O número de celulares tradicionais (aqueles que não são smartphones), que vinha caindo, subiu 23% em 2019 e representou 5% do mercado oficial.
Mais baratos
Luiz Claudio Carneiro, diretor da área de dispositivos móveis da Abinee, diz que os celulares que entram irregularmente no país são aparelhos de marcas conhecidas e alta tecnologia e 40% mais baratos, mas podem apresentar problemas de funcionamento em algumas redes 4G.
“Esses fabricantes não têm a carga tributária e regulatória dos fabricantes nacionais. Uma dessas marcas domina mais de 60% dos telefones contrabandeados”, afirma.
A área de telecomunicações, da qual fazem parte dos celulares, deve fechar o ano com crescimento de 6% neste ano, e a expectativa é de avanço de 9% no próximo, diz a Abinee.
É um dos melhores desempenhos esperados dentro do setor eletroeletrônico, que cresceu 5% neste ano e deve se expandir 8% no próximo em termos de receita. Descontada a inflação setorial, os resultados representam estagnação em 2019 e avanço de 4% em 2020.
Produção
A produção também ficou estável neste ano. Houve aumento de 1% no nível de emprego e do uso da capacidade instalada de 74% para 75%. A estabilidade de faturamento e produção vem após dois anos de crescimento.
“O momento ainda é difícil, mas as expectativas são boas. No próximo ano, a gente deve ter o início da retomada do setor industrial”, disse o presidente da Abinee, Humberto Barbato.
Segundo ele, há investimentos represados em razão, por exemplo, da indefinição da nova lei de informática, que a associação espera ver aprovada na próxima semana, para ser sancionada ainda neste ano.
Android domina
O Android chegou há 10 anos no país, na época presente em apenas dois smartphones. Hoje, ele é o sistema operacional utilizado em 95% dos smartphones no Brasil, segundo segundo dados mais recentes da consultoria IDC (final de 2018). O Google, fabricante do Android, divulgou nesta terça-feira (26) uma pesquisa que mostra um pouco do impacto dessa tecnologia na vida dos brasileiros.
Os principais apontamentos são que o sistema operacional é de fácil uso e tem um aspecto democrático: está disponível em diferentes modelos e a preços acessíveis. De acordo com Flavio Ferreira, diretor de Android na América Latina, a plataforma flexível do Android permitiu aumentar o número de fabricantes parceiros, diversificar o preço dos aparelhos, atrair mais usuários e desenvolvedores de aplicativos.
Para 85% dos entrevistados pela pesquisa, o Android estava no primeiro smartphone que tiveram. Segundo Maia Mau, diretora de Marketing do Google, a possibilidade de acesso facilitado, sem a necessidade de licenciamento do sistema, foi o que permitiu a expansão dos smartphones no Brasil.