Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de dezembro de 2019
Jornalista diz que ter sido demitida da emissora foi "pior que assalto à mão armada"
Foto: Reprodução/InstagramA jornalista Izabella Camargo, de 38 anos, afirmou na segunda-feira (09) que uma “puxada de tapete forte” e um “comentário bizarro de um dos chefes” foram gatilhos para ela desenvolver a Síndrome de Burnout que a levou a se afastar da TV Globo, no ano passado.
Ela contou que, como muitas outras pessoas sob forte estresse, ela tentou várias maneiras de lidar com a pressão. Mas, em determinado momento, esses dois acontecimentos tornaram a situação insustentável e ela chegou ao ponto do Burnout, um tipo de estresse associado ao emprego ou ao desemprego, segundo definição da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Questionada sobre quem teria puxado o seu tapete na TV Globo, Izabella disse que não poderia comentar e revelou apenas que é uma pessoa que, quando ela foi readmitida na emissora, se recusou a trabalhar com ela em seu telejornal. “O outro foi um comentário bizarro de um dos chefes dizendo que meu trabalho era ‘ctrl + c e ctrl + v’”, disse, sem revelar o nome do profissional.
Izabella voltou a falar que a demissão da TV Globo logo após voltar da licença médica foi um choque. “Foi um golpe, a coisa mais violenta que aconteceu na minha vida até hoje, pior que o assalto a mão armada que sofri”, disse.
A jornalista foi demitida da emissora em 2018. Ela atuou por seis anos como repórter do tempo nos jornais Hora 1 e Bom Dia Brasil. Em julho deste ano, o juiz do trabalho José Aguiar Linhares Lima Neto, da 24ª Vara do Trabalho, determinou a readmissão da jornalista, afirmando que a Síndrome de Burnout é uma doença relacionada ao trabalho e que Camargo estava no período de estabilidade.
Na época, no entanto, Izabella Camargo contou ter sido barrada pela TV Globo ao comparecer uma semana depois da decisão à sede da emissora, em São Paulo. “Se eu tivesse a informação da lei, eu não teria chorado tanto”, disse.
Prestes a lançar o livro “Dá Um Tempo”, Izabella se dedica a divulgar as “doenças invisíveis” causadas no trabalho, como o próprio Burnout. “Eu coloquei o dedo na ferida, rompi o sistema”, afirmou sobre a quebra do silêncio. “As pessoas param para me agradecer por ter rompido o sistema.”