Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de dezembro de 2019
A Rússia declarou nesta quinta-feira (12), “persona non grata” dois diplomatas da Alemanha, em retaliação a medida tomada no último dia 4, contra dois funcionários da embaixada russa em Berlim, informou o Ministério das Relações Exteriores do país do Leste Europeu.
O embaixador alemão em Moscou, Geza Andreas von Geyr, foi convocado hoje para uma reunião na chancelaria russa, onde ouviu o “enérgico protesto” pela decisão classificada como “infundada” de expulsar do país os dois diplomatas que atuavam na capital da Alemanha.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia alegou utilizar o princípio da reciprocidade do artigo 9 da Convenção de Viena, redigido em 1961, que rege as relações diplomáticas entre os países.
Os representantes da embaixada alemã deverão deixar o território russo em um prazo de sete dias, de acordo com a ordem de hoje.
A Alemanha decidiu expulsar os diplomatas russos após o assassinato, em agosto, de Zelimkhan Khangoshvili, um cidadão georgiano de origem chechena, combatente rebelde na Chechênia. A promotoria de Berlim apontou que poderia haver vinculação do governo russo com o crime.
Nesta semana, após se reunir com a chanceler Angela Merkel, o presidente Vladimir Putin classificou o homem morto como “terrorista” e o acusou de estar envolvidos com atentados contra o metrô de Moscou.
Retaliação a Alemanha
No início do mês, o governo da Rússia já havia declarado que responderia à expulsão “inamistosa e infundada” de dois diplomatas do país pela Alemanha após o assassinato de um cidadão georgiano de origem chechena em agosto, em Berlim. O caso que fez as autoridades alemães suspeitarem de Moscou ou da república russa da Chechênia.
“Consideramos as declarações da Alemanha sobre a expulsão de dois funcionários da embaixada da Rússia em Berlim infundadas e inamistosas”, disse o Ministério das Relações Exteriores às agências russas.
Na opinião de Moscou, Berlim aplicou um “enfoque politizado” à investigação sobre o assassinato, em agosto, de Zelimjan Khangoshvili, de 40 anos, e advertiu que teria que “empreender um conjunto de medidas em resposta”.
O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha declarou como ‘persona non grata’ dois funcionários da embaixada russa em Berlim, em resposta “ao fato de que as autoridades russas, apesar de diversas solicitações expressas e de alto nível, não contribuíram de maneira suficiente para o esclarecimento do assassinato no dia 23 de agosto no parque Tiergarten” da capital alemã.
Segundo a Justiça alemã, existiam “suspeitas firmes” de que a vítima, também conhecida como Tornike K, foi assassinada por um cidadão russo identificado como Vadim K, ou Vadim S.
O suposto autor do assassinato foi inicialmente identificado pela imprensa russa como Vadim Sokolov, mas, segundo o portal de investigação “The Bellingcat”, ele se chama Vladimir Krasikov e estaria vinculado a outro assassinato muito parecido cometido em 2013 em Moscou.
O suspeito foi detido em 23 de agosto, pouco depois da morte de Khangoshvili, que havia lutado na guerra da Chechênia ao lado dos rebeldes e, posteriormente, passou a integrar as forças de segurança georgianas.
O Kremlin negou qualquer vínculo com o assassinato e considerou “absolutamente infundadas” as acusações divulgadas pela imprensa alemã.