Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de dezembro de 2019
Localizado no antigo prédio da Estação da Luz, o Museu foi destruído por um incêndio ocorrido em 2015.
Foto: Governo de São PauloO governo de São Paulo anunciou, nesta segunda-feira (16), a finalização da obra de restauro e readequação interna do Museu da Língua Portuguesa. Localizado no antigo prédio da Estação da Luz, o Museu foi destruído por um incêndio ocorrido em 2015.
“O Museu da Língua Portuguesa será ainda mais interativo do que já foi, isso cativa pessoas. Crianças, jovens e adultos, inclusive as pessoas com deficiência terão aqui a oportunidade desta interação. A tecnologia ajuda e contribui com a inclusão”, destacou o governador João Doria. Em quase 10 anos de funcionamento entre 2006 e 2015, o Museu da Língua Portuguesa recebeu cerca de 4 milhões de visitantes.
Agora começa a etapa antes da reinauguração, que inclui a instalação da museografia e a seleção da organização social responsável pela gestão. A reabertura está prevista para ocorrer em 25 de junho de 2020. Trabalhadores da obra, parceiros e professores serão convidados para um evento no dia 26, e a abertura para o público em geral será no dia 27.
No evento desta segunda houve o lançamento do edital de licitação para a contratação da organização social que fará a gestão do Museu. As instituições qualificadas como Organização Social de Cultura que possuírem interesse devem apresentar propostas até o dia 29 de janeiro.
A restauração do Museu da Língua Portuguesa abrangeu serviços de recuperação de fachadas e esquadrias e reconstrução da cobertura e espaços internos. Também foram realizadas ações de conservação da cobertura da Ala Oeste, que não foi atingida pelo incêndio.
A área ocupada pelo Museu foi expandida. A readequação interna inclui novos espaços, como um café no terraço com vista para o Parque da Luz e integração dos pátios laterais, que darão acesso aos saguões e a local em que é possível observar a Estação da Luz.
Reforço contra incêndio
O restauro trouxe melhorias de infraestrutura e segurança contra incêndios, como a instalação de sprinklers (chuveiros automáticos). O museu também terá certificação ambiental e atenderá de forma mais ampla a acessibilidade.
As diretrizes de sustentabilidade pautaram toda a obra, com foco na obtenção do selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) – um dos mais importantes do mundo na área de construções sustentáveis – na categoria Silver.
Entre as medidas estão a adoção de técnicas para economia de energia na operação do museu; a gestão de resíduos durante as obras; e a utilização de madeira que atende às exigências de sustentabilidade (certificada e de demolição).
Para a construção da nova cobertura, foram empregadas 89 toneladas (67 m³) de madeira certificada proveniente da Amazônia.
A reconstrução foi aprovada e acompanhada de perto, em todas as etapas, pelos três órgãos do patrimônio histórico: Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional); Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico; e Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo.
Parceria
A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa é uma iniciativa do Governo de São Paulo em parceria com a Fundação Roberto Marinho e tem como patrocinador master a EDP; como patrocinadores, o Grupo Globo, o Grupo Itaú e a Sabesp; e conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e do Governo Federal, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O custo total do restauro foi R$ 81,4 milhões.
“É política desse governo ampliar a participação privada na cooparticipação, no coogerenciamento operacional dos instrumentos culturais que temos. E tem funcionado muito bem. Para citar um exemplo, o MIS Experience nós criamos e constituímos um novo museu sem recursos públicos. Hoje, o MIS Experience é uma realidade”, afirmou Doria.
“O Museu da Língua Portuguesa, agora reconstruído, retoma sua vocação de espaço de educação por excelência, em que patrimônio histórico, experiências museológicas e ações educativas se complementam e se comunicam para celebrar nosso maior patrimônio imaterial, o nosso idioma”, diz Lucia Basto, gerente geral de Patrimônio e Cultura da Fundação Roberto Marinho.
“A conclusão da obra de reconstrução do Museu dentro do prazo previsto é motivo de orgulho para a EDP, que, sendo uma empresa portuguesa, tem um vínculo especial com este projeto e desde o início se comprometeu em viabilizar a devolução deste espaço cultural à sociedade. Estamos entusiasmados para que a população possa conhecer o novo MLP, que, quando for reaberto, trará experiências inéditas, sem perder de vista a interatividade que o transformou em sucesso de público”, afirma Miguel Setas, presidente da EDP no Brasil.
Experiências inéditas
O Museu da Língua Portuguesa celebra o idioma como elemento fundador e fundamental da nossa cultura. Por meio de experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos, o visitante será conduzido a um mergulho na história e na diversidade do nosso idioma.
Em sua expografia renovada, o Museu terá experiências inéditas, como “Línguas do Mundo”, que destaca 20 das mais de 7 mil faladas hoje; “Falares”, que traz os diferentes sotaques e expressões no Brasil; e “Nós da Língua Portuguesa”, que aborda sua presença no mundo, com a diversidade cultural da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa).
Permanecem no acervo experiências de grande comunicação com o público, como a instalação “Palavras Cruzadas”, que mostra as línguas que influenciaram o português no Brasil; e a “Praça da Língua”, espécie de “planetário do idioma’” que homenageia o português escrito, falado e cantado, em um espetáculo imersivo de som e luz.
Isa Ferraz, que realizou a curadoria do Museu da Língua Portuguesa em 2006, ocasião de sua abertura, e Hugo Barreto, que integra agora a equipe responsável pela museografia, formam a equipe de conteúdo da instituição.
Museu em atividade
Ao longo do primeiro semestre de 2020 serão realizadas atividades culturais com o objetivo de manter o museu em comunicação com o público antes de sua reabertura. Entre as ações está o Programa Educativo Escola, Museu e Território, envolvendo escolas e instituições culturais da região.
Implementado no segundo semestre de 2019, o Programa rearticulou o diálogo com jovens, educadores e vizinhos. As atividades – incluindo curso de formação para professores de escolas públicas da região – ajudarão a compor o programa educativo do Museu após sua reabertura.