Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2020
Ninguém suspeito aparece ao lado de Ghosn nas imagens
Foto: ReproduçãoAs imagens das câmeras de segurança mostram que o executivo Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan, saiu sozinho no domingo (29) de sua residência em Tóquio, segundo fontes próximas à investigação citadas pelo canal público japonês NHK, mas os detalhes da fuga para o Líbano ainda não foram esclarecidos.
As imagens, de domingo por volta das 12:00 (0:00 de Brasília), foram as últimas do ex-presidente da Renault e Nissan captadas por uma câmera instalada perto da entrada de sua casa para vigiar seus deslocamentos, de acordo com a NHK.
Ninguém suspeito aparece ao lado de Ghosn nas imagens. A polícia japonesa suspeita que ele se reuniu com alguém para embarcar em um voo. Ghosn afirmou na quinta-feira que organizou sozinho a viagem para o Líbano, sem explicar os detalhes da fuga.
Imad Ajani, um amigo libanês de Ghosn que mora no Japão, afirmou à agência japonesa Kyodo News que ele conseguiu escapar dentro de uma caixa de instrumentos musicais após um concerto em sua casa, com a ajuda de dois agentes de empresas de segurança privadas que se fizeram passar por músicos.
Outra fonte próxima ao empresário, no entanto, negou a informação. A eventual fuga de Ghosn em uma caixa de instrumentos “é uma especulação”, disse Ajami nesta sexta-feira à AFP. “Não sei como partiu do Japão”, completou, antes de explicar que não conversou diretamente com o executivo após a fuga.
Osaka-Istambul-Beirute
A rota de fuga, no entanto, parece estabelecida. Os investigadores suspeitam que ele embarcou em um avião privado no aeroporto internacional de Kansai (oeste do Japão) no domingo, 29 de dezembro, à noite. Depois de uma breve escala no aeroporto Ataturk, em Istambul, utilizado por aviões de carga e privados, embarcou em outra aeronave com destino a Beirute.
Os investigadores japoneses fizeram uma operação de busca e apreensão na casa de Ghosn em Tóquio na quinta-feira. Sete pessoas, incluindo quatro pilotos, foram detidas na Turquia suspeitas de ajudar na fuga. A companhia aérea turca MNG Jet denunciou nesta sexta-feira o uso “ilegal” de duas de suas aeronaves para a fuga do ex-presidente da Nissan-Renault.
Ghosn, de 65 anos, e que tem nacionalidade francesa, libanesa e brasileira, foi detido em novembro de 2018 no Japão e acusado de supostas fraudes financeiras. Depois de passar 130 dias na prisão, ele foi liberado após o pagamento de fiança no fim de abril, sob estritas condições, e proibido de sair do país à espera do julgamento.