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Brasil Uma apresentadora de telejornal criticou a contratação do goleiro Bruno, condenado à prisão por feminicídio

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Jéssica Senra é âncora do programa "Bahia Meio-Dia". (Foto: Reprodução)

A jornalista Jéssica Senra, apresentadora do programa “Bahia Meio-Dia”, exibido diariamente pela emissora TV Bahia (afiliada à Rede Globo), criticou o plano de contratação do goleiro Bruno pelo Fluminense da cidade de Feira de Santana, no Estado. O seu questionamento, feito ao vivo, viralizou nas redes sociais.

Campeão brasileiro pelo Flamengo em 2009, Bruno foi condenado em 2013 a 22 anos e três meses pelo envolvimento na morte da modelo Eliza Samúdio, o jogador cumpre a pena atualmente no regime semiaberto.

“A pessoa que cometeu um erro e já pagou por ele, em termos judiciais, precisa poder refazer sua vida. E, legalmente, não há nenhum impedimento para que ela exerça qualquer profissão que esteja habilitada. Mas, no caso do feminicida Bruno e a profissão de atleta, isso é moral?”, disse, de improviso, a âncora do telejornal.

“Desejamos e precisamos que pessoas que cometem crimes tenham a possibildiade de refazer suas vidas mas, diante de um crime tão bárbaro, tão cruel, poderíamos tolerar que o feminicida Bruno voltasse à posição de ídolo?”, prosseguiu. “Que mensagem mandaríamos para a sociedade?”, finalizou a jornalista, referindo-se ao jogador como “feminicida” durante toda a sua fala.

Twitter

Depois, em sua conta no Twitter, Jéssica Senra deu continuidade à pauta. Veja, a seguir, o conteúdo da postagem:

“Eu acredito na recuperação do ser humano. Acredito que a maioria das pessoas merece outras chances depois que comete erros, porque errar é da essência humana. O perdão é um dos sentimentos mais belos que podemos cultivar. Mas perdoar alguém não significa esquecer o que esse alguém fez nem permitir que esse alguém continue em nossa vida”.

“Perdoar e dar uma nova chance não apaga o que foi feito, não se pode fingir que nada aconteceu. Embora juridicamente o cumprimento de uma pena libera o condenado para seguir sua vida normalmente, é socialmente que precisamos pensar no que toleramos ou não. Nem tudo é apenas questão de lei. Há comportamentos legais que são imorais”.

“Um condenado pode e deve ser ressocializado. Deve merecer uma segunda chance. Mas penso que, depois de um crime tão perverso, voltar a ser ídolo, a estar numa posição que lhe confere status de ídolo, é bastante questionável. Penso que o feminicida deve voltar ao trabalho, mas não no futebol, não como ídolo”.

“Eu defendo sua ressocialização, mas longe de qualquer torcida. E isso não é a lei que vai decidir. É a sociedade. E se ele tivesse estuprado um bebê? O que os “fãs” diriam? Lembro que há pouco mais de dois anos, jogadores foram flagrados num vídeo masturbando uns aos outros no vestiário de um clube gaúcho”.

“Os quatro jogadores foram dispensados. Seus nomes, inclusive, foram poupados para evitar que eles fossem banidos do futebol. E é bom que fique bem claro: eles não cometeram crime algum, não fizeram nada contra a vontade de ninguém! Mas, absurdamente, a homossexualidade ainda é intolerável no futebol. Ser feminicida é aceitável? O que você pensa disso? #NãoAoFeminicídio!”.

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