Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de janeiro de 2020
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, participou da cerimônia.
Foto: Reprodução/TV BrasilA reinauguração da Estação Comandante Ferraz, a base de pesquisa do Brasil na Antártica, aconteceu nesta quarta-feira (15) à noite. O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, participou da cerimônia.
Inicialmente a reinauguração seria na terça-feira (14), mas a cerimônia teve de ser adiada porque as condições climáticas impediram a chegada do vice-presidente e demais autoridades ao local.
A Estação Comandante Ferraz foi criada em 1984, mas em 2012 foi atingida por um incêndio de grandes proporções. Na ocasião, dois militares morreram e 70% das suas instalações foram perdidas.
O novo prédio, na Ilha Rei George, na Baía do Almirantado, foi erguido ao lado da atual base, que tem estrutura provisória.
O governo federal investiu cerca de US$ 100 milhões na obra, e a unidade recebeu os equipamentos mais avançados do mundo. No local, pesquisadores vão realizar estudos nas áreas de biologia, oceanografia, glaciologia, meteorologia e antropologia.
A nova estrutura abrange 17 laboratórios, que abrigarão projetos de pesquisa e experimentos de diferentes disciplinas. O início das pesquisas foi marcado pelo lançamento de um balão meteorológico. Os dados coletados vão ser aproveitados para a análise da dinâmica atmosférica do local e suas interações com a América do Sul.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, destacou o papel da nova base para o desenvolvimento científico e para aspectos diversos, como a melhoria das atividades de previsão do tempo para o Brasil e a América do Sul.
“O plano de ação da ciência antártica para o Brasil terá melhores condições para desenvolver programas científicos que aumentem a participação brasileira no sistema do trabalho antártico, que envolve além do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e Fundação Oswaldo Cruz, de 13 universidades, contando com 250 pesquisadores”, comentou o vice-presidente.
O comandante da Marinha do Brasil, Ilques Barbosa, ressaltou a importância da presença brasileira por meio da reconstrução da base tanto para experiências científicas quanto para participar da governança da região.
“A base possibilitará a presença brasileira em uma plataforma sustentável que permitira conhecer melhor este enorme continente de características ímpares, bem como reafirmar compromisso do Brasil como membro consultivo do tratado para participar das decisões sobre os destinos dessa região”, pontuou.
O Brasil faz parte de um seleto grupo de 29 países que têm estações científicas na Antártica. Essa presença é muito importante porque, de acordo com o Tratado Antártico, só quem desenvolve pesquisas na região poderá definir o futuro do continente gelado.