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Brasil A oferta de ações da Petrobras detidas pelo BNDES poderá render mais de 19 bilhões de reais

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Mesmo sob nova direção, o banco seguiu tentando manter os dados reservados. (Foto: Agência Brasil)

A venda de ações da Petrobras detidas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) poderá render mais de R$ 19 bilhões, segundo documentos divulgados pela estatal nessa quarta-feira. Conforme o prospecto preliminar da oferta dos papeis, serão oferecidas 611,8 milhões de ações ordinárias (com direito a voto), por meio de ofertas no Brasil e no Exterior.

Considerando-se o preço de fechamento das ações no dia 20 de janeiro (R$ 31,98), a oferta pode atingir mais de R$ 19 bilhões, já descontadas as comissões. A operação prevê, ainda, um lote adicional de até 20% em relação ao montante inicial, com a possibilidade de venda de mais 122,3 milhões de ações, a depender da demanda, o que pode permitir ao banco levantar mais de R$ 23 bilhões.

Nesta terça-feira, as ações ordinárias da Petrobras fecharam cotadas a R$ 31,02. “A oferta pública global tem valor de até US$ 5,6 bilhões (R$ 23,5 bilhões) e envolverá a alienação de até 9,86% das ON [ações ordinárias] da Petrobras”, informou o BNDES por meio de nota, acrescentando que a venda não envolve as PN (ações preferenciais) de propriedade do banco.

De acordo com o prospecto, a oferta deverá ter os seus preços definidos até 5 de fevereiro. Os investidores interessados na oferta deverão realizar seus pedidos de reserva no período de 29 de janeiro a 4 de fevereiro.

Plano

O BNDES avalia vender as ações da Petrobras desde o fim do ano passado. O banco detém cerca de 10% do total de ações ordinárias emitidas pela companhia, com participação de 6,9% do capital total da petroleira considerando também as ações preferenciais.

“Estamos colocando ao mercado a posição das ações votantes detidas pelo banco”, frisou o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, em Davos (Suíça), onde participa do Fórum Econômico Mundial. “O banco hoje para 60% do seu lucro liquido à União. Como essa operação gera um lucro contábil, vai ser distribuída aos acionistas no final do semestre.”

O BNDES tem reduzido a sua participação acionária e empresas e feito pagamentos antecipados ao governo federal de forma a reduzir as dívidas com o Tesouro Nacional. No acumulado de janeiro a setembro do ano passado, o banco levantou R$ 10,656 bilhões com a venda de ações, com destaque para as alienações de participações na Vale e Fibria.

“A operação decorre do programa de desinvestimento de participações acionárias em empresas maduras e listadas em bolsa de valores da carteira do Sistema BNDES, que vem em curso desde 2019, acrescentou o Banco. “Esse programa promove a redução do risco de mercado do banco, ao mesmo tempo que permite realocar seu capital para investimentos de maior impacto para a sociedade, como saneamento, mobilidade urbana, educação e segurança.”

Nos últimos meses, o BNDES também vendeu o total de participações acionárias do nas empresas Marfrig Global Food S.A. e Light S.A. “O BNDES possui em curso, ainda, potencial oferta pública de ações ordinárias da JBS”, finalizou.

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