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Mundo Senadores dormem e brincam durante o julgamento do impeachment do presidente dos Estados Unidos

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Europa vê relação menos hostil com Biden no poder. (Foto: Reprodução)

Senadores americanos têm sido acusados de caírem no sono, se divertir com jogos e outras atividades “impróprias” durante o julgamento do impeachment do presidente Donald Trump.

Jim Risch e Jim Inhofe estão entre os membros da Casa que aparentemente tiraram um cochilo durante as longas sessões. Palavras-cruzadas, spinners e ao menos um avião de papel foram vistos com congressistas ao longo do processo.

O acesso dos jornalistas ao local é bastante restrito, restando apenas algumas câmeras que mostram principalmente o orador do momento. Há, por outro lado, ilustradores que registram as sessões.

No julgamento, os senadores votarão sobre as acusações de que Tump cometeu abuso de poder e tentou obstruir os trabalhos de uma investigação parlamentar. Os senadores agem como um júri que decide, em última instância, se o presidente deve ser removido do cargo ou não.

Falta de decoro?

A Câmara Alta do Congresso dos Estados Unidos se gaba de ser um “santuário do decoro”.

Mas alguns de seus membros, democratas e republicanos, têm sido criticados pela mídia americana por agirem como crianças na escola. As regras determinam que os senadores fiquem sentados durante o julgamento do impeachment.

Mas ao menos nove democratas e 22 republicanos deixaram seus assentos diversas vezes ao longo desta quinta-feira (23), segundo acompanhamento da agência de notícias Reuters. Isso inclui, por exemplo, três pré-candidatos democratas à Presidência: Bernie Sanders, Amy Klobuchar e Michael Bennet.

Marsha Blackburn, republicano do Tennessee, se defendeu nesta quinta depois de ter sido flagrada lendo um livro na Casa. Ela tuitou que a obra Como os Odiadores de Trump Estão Destruindo os Estados Unidos (em tradução livre) “oferece bons insights sobre o processo”. Em sua defesa, ela disse que aprendeu a ser “multitarefas” por ser uma mãe muito ocupada.

Cochilos

Jim Risch, republicano de Idaho que preside o Comitê de Relações Exteriores do Senado, foi visto de olhos fechados em sua mesa durante as audiências. Um porta-voz do congressista negou que ele estivesse dormindo, afirmando ao veículo americano Wall Street Journal que Risch estava apenas ouvindo atentamente com “seus olhos fechados ou voltados para baixo”.

Jim Inhofe, republicano de Oklahoma, foi avistado na quarta-feira (22) por um jornalista da emissora NBC cochilando, até ser cutucado pelo colega de partido Todd Young, de Indiana, que senta ao lado dele. Mark Warner, democrata da Virginia, cobriu os olhos com a mão por mais de 20 minutos. Na quinta-feira, Richard Burr, republicano da Carolina do Norte, brincou por alguns minutos com um spinner, com a ajuda de colegas da Casa.

Telefones, notebooks e tablets são acessórios comuns em sessões ordinárias do Senado, mas todos esses eletrônicos foram banidos durante o julgamento de Trump. Pat Leahy, democrata de Vermont, foi visto falando “meu precioso” — fala célebre de um personagem de O Senhor dos Anéis — ao receber novamente com seu telefone do lado de fora da sala principal.

Condenação

Diferentemente do que ocorre no Brasil, o impeachment aprovado pela Câmara de Representantes americana não resulta no afastamento imediato do presidente — trata-se de apenas um primeiro passo, já que o afastamento nos EUA é decidido somente no julgamento no Senado.

Na Câmara, os legisladores analisaram as provas, ouviram testemunhas e decidiram por quais artigos acusariam o presidente (no jargão político americano, isso é chamado de “artigos recomendados de impeachment”).

No caso, os legisladores decidiram por duas acusações contra Trump: abuso de poder e obstrução de investigação no Congresso. O presidente é acusado de abusar de sua posição de poder e pressionar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a buscar informações que pudessem prejudicar a campanha de Joe Biden — ex-vice de Barack Obama e um dos principais pré-candidatos democratas para 2020.

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