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Por Redação O Sul | 27 de janeiro de 2020
De acordo com a Defesa Civil, o tempo continua instável.
Foto: Governo do Espírito Santo/DivulgaçãoOs estragos causados pelas fortes chuvas que atingem parte do Espírito Santo já forçaram 10.089 pessoas a deixarem suas casas, mesmo que temporariamente. Nove pessoas morreram desde que as chuvas se intensificaram, no último dia 17, no Estado.
Segundo a Sesp (Secretaria estadual da Segurança Pública e Defesa Social), até as 11h desta segunda-feira (27), havia 8.777 pessoas desalojadas, ou seja, que tiveram de deixar suas casas e se abrigar na casa de parentes, amigos ou buscar outras opções temporárias.
Os desabrigados eram, até aquele momento, 1.312, e estão acomodados provisoriamente em abrigos públicos improvisados, na maioria dos casos, em escolas ou igrejas.
Nem todos os novos casos registrados são de pessoas afetadas nas últimas horas. Como a relação é feita pela Sesp, e as prefeituras demoram algum tempo a comunicar as ocorrências registradas, algumas destas pessoas podem ter sido obrigadas a deixar suas casas logo nos primeiros dias de chuva forte
De acordo com a Defesa Civil, o tempo continua instável nesta segunda-feira, com previsão de pancadas de chuva em todas as regiões, embora menos frequentemente no litoral norte do Estado. Com base em dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), a Defesa Civil estadual também alerta para o alto risco de novos deslizamentos de terra entre hoje e amanhã, devido à continuidade das chuvas e ao fato de o solo estar muito encharcado.
A região sul do Estado continua sendo a mais afetada. Em Alegre, a cerca de 200 quilômetros da capital, Vitória, já foram registrados 2,3 mil desalojados e 250 desabrigados. Além disso, as autoridades monitoram ininterruptamente a situação da barragem Francisco Gros, cuja empresa responsável, a Statkraft, segundo a prefeitura, reconheceu o risco de rompimento e decretou situação de emergência nas instalações da barragem também conhecida como São João.
Em Alfredo Chaves há 1.984 pessoas desalojados. Em Iconha, 1.919 pessoas estão na mesma situação e outros 58 moradores da cidade tiveram que ser levados para abrigos improvisados em igrejas. Em Vargem Alta, há 1.051 pessoas desalojadas e 58 desabrigadas. As três cidades, além de Rio Novo do Sul, decretaram estado de calamidade pública – situação já reconhecida pelos governos estaduais e federal.
Uma vez reconhecida a situação de emergência ou o estado de calamidade pública, os gestores municipais e estaduais podem contratar serviços temporários e fazer compras consideradas essenciais para o enfrentamento da situação sem a obrigatoriedade de realizar processo licitatório. O reconhecimento federal da situação de emergência também permite às prefeituras pedir recursos da União para ações de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução.
Além disso, os moradores de áreas afetadas diretamente prejudicados podem acessar mais facilmente alguns benefícios sociais e auxílios, inclusive financeiros, oferecidos pelos governos municipais, estaduais e federais.