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Por Redação O Sul | 6 de março de 2020
Pesquisadores da Universidade da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, descobriram que uma substância encontrada na alface pode acelerar a cicatrização de uma fratura óssea. Os resultados foram publicados no periódico Biomaterials. O trabalho utilizou o fator crescimento semelhante à insulina-proteína-1.
Segundo os cientistas, o medicamento encontrado na planta poderia estimular o crescimento de células óssea e promover a regeneração. “É incrível como uma proteína afetou a cura de fraturas”, disse Henry Daniel, um dos autores do estudo.
De acordo com o pesquisador, a cura por fratura é um problema de saúde significativo, especialmente para pacientes com diabetes.
Como o estudo foi feito
Os cientistas criaram uma plataforma de produção de medicamentos à base de plantas, que faz com que a proteína de células vegetais comece a expressar gene em suas células, produzindo por meio das folhas uma substância que pode ser usada ingerida via oral.
O alvo era um novo IGF-1, uma proteína importante para a saúde dos ossos e músculos. Sabe-se que níveis mais baixos dessa proteína no sangue estão associados a um risco aumentado de quebrar um osso.
Depois, a equipe expressou a versão humana do IGF-1 nas folhas das plantas e removeu o gene de resistência a antibióticos usado para selecionar plantas que cultivam a proteína-alvo, etapas cruciais para preparar uma terapia para uso clínico.
Eles combinaram a proteína precursora do IGF-1 com outra proteína, a CTB, que ajuda a transportar as proteínas fundidas do trato digestivo para a corrente sanguínea.
Após o cultivo das plantas de alface transgênica, elas secaram por congelamento e pulverizaram as folhas, confirmando que o produto permaneceu estável nas prateleiras por quase três anos.
Depois disso, eles resolveram investigar os efeitos em ratos.Inicialmente, os cientistas mostraram que alimentar ratos com produtos à base de plantas fez com que seus níveis de IGF-1 aumentassem. E finalmente, em um modelo de camundongo diabético, eles descobriram que alimentá-lo melhorava o volume, a densidade e a área óssea, sinais de um processo de cicatrização mais robusto.
“Esperamos encontrar parceiros para avançar neste trabalho, pois muitas pessoas com diabetes podem se beneficiar de uma terapia como essa”, diz Daniell.