Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de março de 2020
Em momentos de crise nos mercados, para evitar que a Bolsa de Valores ‘desabe’, um mecanismo chamado circuit breaker pode ser acionado, que funciona suspendendo temporariamente os negócios.
Entenda como funciona o mecanismo do circuit breaker:
1) O que é o circuit breaker?
É um mecanismo disparado pela Bolsa para interromper o pregão sempre que ocorrem oscilações muito bruscas e atípicas no mercado de ações. Toda vez que isso acontece, esta ferramenta é acionada para amortecer e rebalancear as ordens de compra e venda dos investidores e proteger o mercado da volatilidade. Em seguida, os negócios são retomados.
2) Quando os negócios são interrompidos por 30 minutos?
Isso acontece quando o índice Bovespa atinge o limite de queda de 10% em relação ao fechamento do dia anterior. Neste caso, todos os mercados (ações, derivativos etc) são interrompidos e retomados após 30 minutos.
3) Quando a Bolsa pode parar por 1 hora?
Na reabertura dos mercados após o circuit breaker, se a queda no índice persistir, os negócios podem ser interrompidos novamente quando a baixa chegar a 15% em relação ao fechamento da véspera. A paralisação também ocorre em todos os mercados acionários.
4) As negociações podem ficar suspensas por mais tempo?
5) Os negócios podem ser interrompidos no fim do pregão?
Na última meia hora de negócios, não. Mas se houver o circuit breaker na penúltima meia hora do pregão, o horário será prorrogado por no máximo mais 30 minutos, sem interrupções, para garantir um período final de negociação de 30 minutos.
6) Quais foram as últimas vezes que o circuit breaker foi acionado?
Os negócios da Bovespa foram interrompidos pela última vez em 18 de maio de 2017, durante 30 minutos. Isso aconteceu logo depois que o principal indicador da Bolsa brasileira recuou mais de 10%, em meio às denúncias contra o presidente Michel Temer, reveladas na véspera
Antes disso, o mecanismo entrou em ação em 22 de outubro de 2008, quando a Bolsa fechou com queda de 10,18%. Naquele mês, o pregão da Bovespa foi interrompido por quatro vezes durante meia hora, e por uma vez durante 1 hora. Os mercados internacionais enfrentavam forte turbulência em meio ao socorro bilionário aos bancos norte-americanos que começaram a quebrar abalados pela crise do ‘subprime’, enquanto temores colocavam em xeque a saúde dos bancos europeus.
Em janeiro de 1999, o circuit breaker também paralisou a Bolsa brasileira. Em 14 de janeiro daquele ano, véspera da adoção do câmbio livre no País, os negócios foram suspensos por meia hora e o índice recuou 9,33%. O mercado temia os possíveis efeitos dessa nova estratégia de política macroeconômica.
Em 1998, ano da crise na Rússia, o mecanismo entrou em ação por cinco vezes. No dia 10 de setembro a Bolsa parou durante 1 hora e fechou em baixa de 15,82%.
A primeira vez que o circuit breaker foi acionado no mercado brasileiro foi no dia 28 de outubro de 1997, um dia após a Bovespa cair mais de 14% durante a crise financeira asiática. O mecanismo foi usado por mais duas vezes naquele ano.