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Armando Burd Acerta o alvo com a redução de salários

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Presidente da Câmara afirma que ministro foi "coerente" em entrevista ao Fantástico. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, sugere a redução de salários de integrantes do Legislativo, do Judiciário e do Executivo. O dinheiro reforçaria as ações do governo contra o Covid-19. Não se duvida de sua boa intenção.

Caso obtenha êxito na proposta, poderá se esconder em Macuco, o menor município do Estado do Rio de Janeiro, e não fazer campanha em 2022. Mesmo assim, será um dos mais votados à reeleição.

Difícil entender

Dúvida não é bom remédio para o período de pandemia. No pronunciamento, ontem à noite, o presidente Jair Bolsonaro criticou o fechamento do comércio e o confinamento em massa, criando uma grande confusão. Sua pergunta sobre o fechamento das escolas, tema que especialistas explicaram exaustivamente, complica mais ainda.
Bolsonaro deveria adotar a prática dos técnicos de futebol: treino conjunto com ministros, antes das partidas, para acertarem as jogadas.

Sintoma perigoso

Quando surgiram ontem rumores sobre estremecimento entre o presidente Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, assessores do Palácio do Planalto deveriam ter corrido às farmácias para comprar Camomila, Melissa, Maracujá, Alecrim e Tília. Em um momento de tensão, nada mais recomendado do que chás em doses intensas.

Causa e efeito

Cientistas políticos começam a projetar consequências dos fatos deste ano no comportamento dos eleitores: 1ª) a percepção mais clara da distância entre o que é dito nas campanhas, o que a lei manda e os governos podem fazer; 2ª) o populismo e bom mocismo dos candidatos levam a nada.

Bandeira branca

A Organização Mundial da Saúde cumpre tarefa histórica, agindo em todos os fronts para combater o Covid-19. A Organização das Nações Unidas deveria seguir o exemplo, apelando aos países que persistem em conflitos armados. Na maioria, as vítimas são mulheres, crianças e pessoas com deficiências. Basta o risco da pandemia.

Portas fechadas

Lojistas reclamaram do movimento fraco em fevereiro, que teve apenas 17 dias de funcionamento pleno. Jamais poderiam imaginar o tsunami de março. Desenha-se no horizonte uma reconfiguração do mercado.

Palpite infeliz

Maílson da Nóbrega, ministro da Fazenda no governo Sarney, afirmou ontem que “a equipe econômica do presidente Bolsonaro é brilhante, mas parece perdida”. Não lembra que ele mesmo se perdeu: em sua gestão, a inflação no país bateu recorde histórico.

Dúvida de sempre

Em um de seus notáveis artigos, o empresário Antonio Ermírio de Moraes escreveu:

“Muitos dizem que a classe política é o espelho da sociedade. Não concordo. É esdrúxulo pensar que o povo brasileiro deseja ter, como seus representantes, pessoas que definham em matéria de honestidade, competência e experiência.”

Experimentou e desistiu

Moraes não compactuou com a regra da promessa vazia. Concorreu ao governo de São Paulo em 1986 e ficou em segundo lugar. A frustração com a política o levou a escrever peças em que usava o refrão: “A política é o maior de todos os teatros.”

Há 60 anos

Na última semana de março de 1960, confirmou-se a previsão: os servidores públicos se dividiram em duas alas. Uma resistia à transferência do Rio de Janeiro para Brasília, que seria inaugurada a 21 de abril. Outra aceitou, após a proposta de receber o salário em dobro, além de casa ou apartamento sem pagar aluguel. Não é difícil imaginar quanto custou toda a operação com dinheiro público.

Contra mudança

Billy Blanco inspirou-se no impasse e compôs Não Vou pra Brasília, que frequentou as paradas de sucesso nas emissoras de rádio. Um trecho da letra:

“Não vou, não vou pra Brasília / Nem eu nem minha família / Mesmo que seja / Pra ficar cheio da grana / A vida não se compara / Mesmo difícil, tão cara / Eu caio duro / Mas fico em Copacabana.”

Fontes quase secas

Tesoureiros das próximas campanhas eleitorais vão se recordar com saudades de figuras que se tornaram conhecidas como “paitrocinadores”. Agora, praticamente extintos.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/acerta-o-alvo-com-a-reducao-de-salarios/ Acerta o alvo com a redução de salários 2020-03-25
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