Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

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Brasil Montadora diz que lançamentos de novos carros podem atrasar até um ano

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Fábricas da FCA Fiat Chrysler vão abrigar centros médicos; venda de carros novos cai até 90% no País. (Foto: Reprodução)

A Fiat estava prestes a lançar a nova geração da Strada, picape mais vendida do Brasil. O carro já estava sendo produzido em Betim (MG) e chegaria às lojas no fim de abril. Em paralelo, a empresa preparava uma nova linha de motores turbo, inéditos no Brasil. Tudo ficou para depois.

Presidente da FCA Fiat Chrysler América Latina, Antonio Filosa diz que são feitas reuniões diárias para definir cada passo da empresa em meio à crise gerada pelo novo coronavírus. Há esperança de retomar a produção em 21 de abril, mas tudo dependerá de haver segurança para os 26 mil funcionários da empresa na América do Sul.

A parada traz prejuízo ainda não calculado e atrasos de até um ano no lançamento de produtos —havia ao menos cinco previstos entre 2019 e 2022. O objetivo é suportar o período sem produção ou vendas (95% das concessionárias no Brasil estão fechadas) e manter os empregos.

“Temos um problema econômico importante, todas as indústrias têm. É necessário proteger o caixa, mas esperamos que [um programa de demissão] seja o último do último dos últimos recursos”, diz.

A fábrica de motores construída em Betim custou R$ 500 milhões e gerou 1.200 empregos diretos e indiretos. São profissionais que passaram por 10 meses de treinamento antes de serem contratados. Eles estão em casa agora e nem sequer assumiram seus postos na linha de produção.

Esta unidade e a de Goiana (PE), que juntas produzem 3 mil carros por dia, estão sendo preparadas para abrigar centros médicos e hospitais de campanha, que serão entregues em cerca de 15 dias. Hoje, já fazem manutenção de respiradores.

A FCA também precisa cuidar dos revendedores. Um comitê de crise se dedica a atendê-los em reuniões diárias. Canais de vendas online têm sido criados, segundo Filosa — que sabe ser essa uma forma de reduzir o prejuízo, mas distante de ser solução.

De acordo com dados prévios de venda, a comercialização de veículos novos no País caiu cerca de 90% nos últimos cinco dias úteis.

Filosa diz que o plano de investimentos de R$ 16 bilhões está mantido. Contudo, a previsão para aplicar a última parte desse aporte passou de 2024 para 2025.

O executivo prevê que a recuperação virá em 2021, compensando em parte as perdas de agora. Mas ainda não é possível prever índices de crescimento ou o real impacto da crise. Por isso, acredita que serão necessárias ações do governo para preservar a indústria.

“Temos visto o governo com uma agenda econômica rápida sobre a prioridade número 1, que é o atendimento aos mais necessitados. São passos corretos, e agora devem começar a trabalhar também com grandes empregadores. Pela primeira vez na história, todos têm o mesmo problema.”

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