Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 5 de abril de 2020
O ex-presidente da CBF José Maria Marin desembarcou na manhã deste domingo (5) no aeroporto de Viracopos em Campinas num voo da Azul, depois de deixar a prisão nos Estados Unidos.
Condenado por crimes de corrupção nos tempos em que presidia a Confederação Brasileira de Futebol, ele ainda tinha nove meses de prisão para cumprir.
Porém, seus advogados conseguiram alterar a sentença e diminuir a pena. Entre outros motivos alegaram que o cartola, por ter 87 anos, está no grupo de risco na pandemia de Covid-19 e que seria temerário mantê-lo em cárcere nesse momento.
Segundo Júlio Barbosa, um dos advogados de Marin, ele deixou a cadeia na última quinta-feira.
“Marin está de volta ao Brasil e considero minha missão encerrada. Os membros da equipe de defesa nos Estados Unidos estão muito felizes pelo retorno dele ao país”, disse Barbosa ao blog.
O ex-dirigente não poderá retomar suas atividades no futebol, pois foi banido pela Fifa. Ele nega ter cometido os crimes.
Em 2018, Marin, que também foi governador de São Paulo nos anos 1980, foi sentenciado a quatro anos de prisão por crimes cometidos quando foi presidente da CBF.
Seu mandato aconteceu entre 2012 e 2015, quando ele foi preso na Suíça e depois extraditado para os Estados Unidos. As acusações incluíram lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraude bancária. (Com informações do Blog do Perrone)
Na prisão
Enquanto esteve preso, José Maria Marín, antes acostumado com o conforto do seu apartamento de 600 metros quadrados nos Jardins, zona nobre de São Paulo, e com hotéis luxuosos, viveu uma realidade bem diferente na penitenciária federal de Allenwood, nos Estados Unidos.
Transferido em outubro de 2019 da Metropolitan Detention Center, cadeia no Brooklyn, em Nova York, onde passou dez meses, para o presídio de segurança baixa localizado em uma pequena cidade no interior do estado da Pensilvânia, o ex-cartola passou a ter acesso a serviços como biblioteca e programas educativos, mas continuou submetido a uma rígida rotina imposta pelos agentes do sistema prisional norte-americano.
Aos 86 anos, Marin ganhou o direito de deixar a Metropolitan Detention Center – chamada por advogados de “depósito humano” por causa da condições dadas os presos – devido principalmente à idade avançada e por não oferecer risco de fuga. Isso, no entanto, não significa que em Allenwood ele teve privilégios.
Condenado a quatro anos de prisão pelos crimes de organização criminosa, fraude bancária e lavagem de dinheiro cometidos no período em que presidiu a CBF, de 2012 a 2015, Marin teria recebido U$ 6,5 milhões (R$ 23,7 milhões pelo câmbio de fevereiro) de propina para assinar contratos de direitos comerciais da Copa Libertadores, Copa do Brasil e Copa América. Ele negou.