Sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 27 de abril de 2020
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
“Vamos convocar o Moro para falar na CPMI das Fake News”
Senador Angelo Coronel (PSD-BA), presidente da comissão, sobre o caso VazaMoro
O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro saiu do governo para começar uma guerra contra o presidente Jair Bolsonaro, a quem pretende enfrentar nas urnas em 2022, segundo ex-auxiliares e ex-colegas de ministério. Na sexta (24), o ex-juiz da Lava Jato prometeu novos “rounds” ao afirmar que “em outra ocasião” se colocará à disposição dos holofotes para contar detalhes das divergências com o seu ex-chefe e novo inimigo.
VazaMoro em ação
Moro vazou sem demora, ainda na sexta, gravações e mensagens de Bolsonaro. Ele sabe que vazamentos de mensagens doem muito.
Papo de candidato
Sergio Moro insinua seu projeto político ao afirmar que é caminho “sem volta” deixar a magistratura e que está pronto a “ajudar o Brasil”.
Elogio à ladroagem
Bolsonaro se indignou particularmente quando Moro fez um aceno ao PT citando seus governos como exemplares na relação com a PF.
Fôlego necessário
A dúvida é se Sérgio Moro terá fôlego para conduzir seu projeto presidencial até outubro de 2022.
Bolsonaro demite menos, mas faz mais barulho
As demissões de ministros do governo Bolsonaro têm ganhado enorme repercussão, com exceção de Sérgio Moro, por serem incomuns. São 8 saídas em 16 meses ao contrário do que ocorreu com Temer e Dilma, que demitiram nove no primeiro ano de mandato, e Lula que atingiu o mesmo número de Bolsonaro em apenas 12 meses. No geral, Dilma é imbatível com 86 demissões de 2011 a 2016. Verdadeiro recorde.
Depende do critério
Se contar Onyx Lorenzoni, que trocou a Casa Civil pela Cidadania, Bolsonaro tem nove demissões no total. Ainda assim, é o mais paciente.
Importante diferença
No caso de Bolsonaro, ao contrário dos antecessores que demitiam os ministros enrolados em escândalos, as trapalhadas surgem no Planalto
No fim das contas
Ao final de oito anos, Lula nomeou quase uma centena de ministros ou cargos com status de ministério. Apenas três ficaram do início ao fim.
Cartão de uso exclusivo
Ao ouvir Sérgio Moro reclamando da “carta branca” prometida por Bolsonaro, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), lembrou que, como o presidente, dá autonomia aos seus secretários, mas fez uma ressalva: “Carta branca todos têm, mas cartão vermelho só eu tenho”.
Olho no eleitorado
Com sua saída, Moro falou ao coração do eleitor de Bolsonaro ao lembrar que abriu mão de 22 anos de magistratura para “servir ao Brasil”, acreditando em Bolsonaro. E insinuou que saiu por se sentir enganado.
Motivo de troca
Bolsonaro reclamou, em seu pronunciamento, que teve de fazer o trabalho da Polícia Federal e obter provas da inocência dele e da família em relação ao assassinato da vereadora. Não contou com a PF nisso.
MDB sendo MDB
Em março, o MDB foi às redes sociais proclamar “ai que saudades do meu ex”, referindo-se ao ex-presidente Michel Temer. Depois fez “pacto” com Bolsonaro, mas, diante da crise Sergio Moro, na sexta, já avisou que “a Constituição nos dá caminhos, o MDB não se omitirá”.
É o jogo
O presidente Bolsonaro ironizou as “escolhas técnicas” do ex-ministro da Justiça Sergio Moro para a Polícia Federal. “Será que os melhores quadros da PF, todos, estavam em Curitiba?”.
Políticos são políticos
Professor de Direito Econômico, Oksandro Gonçalves cita a “hipocrisia” dos políticos que usam a Covid-19 para tomar medidas e desafogar a economia. Para ele, a crise é culpa justamente do intervencionismo.
Alívio no bolso
O deputado Leo Moraes (Pode-RO) comemorou a suspensão do pagamento de parcelas do FIES durante a pandemia. O parlamentar lembra que o débito pode ser parcelado em até 175 prestações.
STF legislativo
O STF legislou de novo, decidindo que a multa por dano ambiental não prescreve. A ação trata de dano causado por madeireiros em terras indígenas no Acre há 40 anos, nos anos 1980 e tem “repercussão geral”.
Pensando bem…
…tropa já foi de choque, agora é de pronunciamento oficial.
PODER SEM PUDOR
Perdidos na noite
Logo nos primeiros dias como presidente, João Goulart chamou o assessor de imprensa, Raul Ryff, meteu-se num Fusca e saiu dirigindo na noite da desconhecida Brasília, com suas avenidas largas e superquadras estranhas. De repente se deparou com um caminhão, frente a frente. Estava na contramão. O caminhoneiro gritou: “Amigo, não sou daqui. Como faço para chegar no final da Asa Norte?” Jango olhou para Ryff e, divertido, desculpou-se: “Ih, rapaz, não sei. É que eu também não sou daqui!…” E foi embora, às gargalhadas.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
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