Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de maio de 2020
Em parceria com universidades conveniadas, o governo gaúcho realiza neste final de semana a terceira fase da pesquisa que busca estimar o número de pessoas que já contraíram o coronavírus no Rio Grande do Sul. A meta é aplicar testes rápidos e entrevistar 4,5 mil moradores de nove cidades das maiores regiões demográficas do Estado: Canoas, Caxias do Sul, Ijuí, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Uruguaiana.
A pesquisa inédita, encomendada pela SES (Secretaria Estadual da Saúde) à UFPel (Universidade Federal de Pelotas), está mapeando os casos de Covid-10 e acompanhando, quinzenalmente, a velocidade de disseminação do contágio entre os gaúchos. “É o primeiro estudo a fazer esse levantamento global, incluindo pessoas sem sintomas, e observar a população das mesmas cidades ao longo do tempo”, comenta o reitor da UFPel, Pedro Hallal.
Evidências de etapas anteriores mostraram que os casos notificados da doença representam uma parcela pequena das pessoas infectadas, em comparação com a realidade do número de casos na população. Para cada diagnóstico confirmado da doença no Rio Grande do Sul, o estudo estima que existem ao redor de 12 casos não notificados.
A etapa mais recente, cujos resultados foram divulgados pelo governador Eduardo Leite em coletiva de imprensa no dia 29 de abril, confirmou também a alta transmissibilidade do vírus no ambiente doméstico. Pela primeira vez, foram testadas as pessoas que moravam com as que tiveram teste positivo para Covid-19. No total, 75% dos que dividiam a residência com o participante com teste positivo apresentaram o mesmo resultado no exame.
Além disso, a pesquisa indica queda da adesão às recomendações de distanciamento social. Dos 4,5 mil entrevistados, 28,3% disseram sair de casa todos os dias. Na primeira etapa, a proporção era de 20,6%. As cidades onde as pessoas mais saem às ruas diariamente foram Ijuí, Passo Fundo e Santa Cruz do Sul.
O cronograma inicial prevê quatro rodadas de exames e entrevistas. As duas primeiras ocorreram nos fins de semana de 11 a 13 e de 25 a 27 de abril. A quarta fase está programada para o período de 23 a 25 de maio, totalizando 18 mil pessoas testadas. E a coordenação da pesquisa da UFPel já confirmou mais duas rodadas.
A ideia de desenvolver um estudo de prevalência da Covid-19 surgiu nas discussões do Comitê de Análise de Dados sobre a pandemia, instituído em março pelo governador, e que tem no comando a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos.
Assim como nas fases anteriores, durante três dias entrevistadores da pesquisa visitarão 500 domicílios selecionados por sorteio em cada cidade e aplicar o teste rápido para anticorpos do coronavírus. No domicílio, novo sorteio determina o morador em quem o teste será aplicado.
Acompanhamento
Durante a visita, os entrevistadores – profissionais voluntários da área da saúde – coletam uma amostra de sangue (uma gota) da ponta do dedo do participante, que será analisada pelo aparelho de teste em aproximadamente 15 minutos.
Enquanto o resultado é processado, os participantes respondem a um breve questionário sobre informações sociodemográficas básicas, sintomas da Covid-19 nas últimas semanas, busca por assistência médica e rotina da família em relação às medidas de prevenção e isolamento social.
Se o resultado for positivo, os profissionais entregam um informativo com orientações e repassam o contato do participante para acompanhamento e suporte da Secretaria da Saúde do município.
Em caso de dúvida, os participantes poderão entrar em contato com os órgãos de segurança do município para checar a abordagem à casa. A Brigada Militar e a Guarda Municipal das localidades estão apoiando o estudo e têm informações sobre os locais de visitação previstos na pesquisa.
(Marcello Campos)
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