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Por Redação O Sul | 12 de maio de 2020
No Rio Grande do Sul, a queda foi de 11% em março
Foto: DivulgaçãoO volume de serviços prestados no Brasil teve queda recorde de 6,9% em março na comparação com fevereiro, refletindo os primeiros impactos da pandemia de coronavírus na atividade econômica, segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Trata-se do pior resultado mensal já registrado na série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em janeiro de 2011. Essa foi a segunda queda mensal consecutiva do setor, que já havia recuado 1% em fevereiro.
Segundo o IBGE, todas as cinco atividades pesquisadas tiveram quedas em março, com destaque para serviços prestados às famílias (-31,2%, o recuo mais intenso já registrado na série histórica) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-9%).
As pressões negativas mais intensas nesses segmentos vieram pela menor receita das empresas do ramo de alojamento e alimentação (-33,7%) e das empresas de transporte aéreo (-27,5%) e terrestre (-10,6%).
“Essa queda é motivada, em grande parte, pelas paralisações que aconteceram nos estabelecimentos, sobretudo nos restaurantes e hotéis, que fazem parte dos serviços prestados às famílias. Outras empresas também sentiram bastante depois do fechamento parcial ou total, como os segmentos de transporte aéreo e algumas empresas de transporte rodoviário coletivo de passageiros”, afirmou o gerente da pesquisa do IBGE, Rodrigo Lobo.
As outras atividades que tiveram queda foram serviços profissionais, administrativos e complementares (-3,6%), informação e comunicação (-1,1%) e outros serviços (-1,6%).
A receita nominal do setor caiu 7,3% na comparação com fevereiro e recuou 1,1% ante março de 2019.
Segundo o IBGE, o setor de serviços encerrou o primeiro trimestre deste ano com uma queda de 3% na comparação com o quarto trimestre de 2019. Na comparação com igual trimestre do ano passado, houve queda de -0,1%.
Regionalmente, 24 das 27 unidades da Federação, incluindo o Rio Grande do Sul, tiveram resultados negativos em março. São Paulo (-6,2%) e Rio de Janeiro (-9,2%) sofreram as perdas mais importantes, pressionados pelos segmentos de alojamento e alimentação. Outras pressões negativas relevantes vieram do Rio Grande do Sul (-11,%), Distrito Federal (-10,9%) e Paraná (-5,4%).
Em contrapartida, os únicos impactos regionais positivos vieram do Amazonas (1,9%), de Rondônia (3,1%) e do Maranhão (1,1%).