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Brasil O Senado aprovou a medida provisória que libera quase 9 bilhões de reais para o combate ao coronavírus

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Verba será dividida entre Estados e municípios para o combate à pandemia do novo coronavírus. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Em sessão remota nessa quarta-feira (13), o Plenário do Senado aprovou a medida provisória que destina R$ 8,6 bilhões a Estados, Distrito Federal e municípios para a compra de equipamentos e materiais de combate à covid-19 (MP 909/2019). A matéria foi aprovada na forma do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 10/2020, e agora segue para a sanção da Presidência da República.

O texto original destinava os recursos para o abatimento da dívida pública dos entes federados, com base na extinção do FRM (Fundo de Reserva Monetária), regido pelo BC (Banco Central). Esse fundo, que não recebe novos recursos desde 1988, foi considerado irregular pelo TCU (Tribunal de Contas da União) em 2016 — o TCU recomendou uma solução definitiva para as verbas. O FRM foi criado em 1966 para que o BC tivesse uma reserva para atuar nos mercados de câmbio e de títulos. Esse fundo foi constituído com base em alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras.

Com as mudanças promovidas pelo Congresso, metade dos recursos do FRM irá para os estados e para o Distrito Federal, enquanto a outra metade será destinada aos municípios. O valor deve ser usado exclusivamente para o combate à covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Os critérios de distribuição dos recursos para cada unidade ainda serão definidos pelo governo federal — que deverá levar em conta, entre outros requisitos, o número de infectados por coronavírus em cada lugar.

Para receber os recursos, Estados, Distrito Federal e municípios deverão apresentar protocolos de atendimento com base nas regras determinadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para o combate à pandemia de coronavírus. Também haverá normas sobre transparência e regras para a prestação de contas.

Urgência

A previsão era que a MP fosse votada nesta quinta-feira (14). Mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, lembrou que a MP perderia a validade já na próxima segunda (18). Daí a importância da votação urgente da matéria. Ele informou que conversou com as lideranças partidárias do Senado, que chegaram a um acordo para adiantar a votação, que aconteceu nessa quarta.

O senador Eduardo Gomes (MDB-TO) atuou como relator da matéria em Plenário. Segundo o senador, o FRM já não vinha sendo usado com o propósito para o qual fora criado. Eduardo também destacou que o fim do fundo não trará prejuízos à condução da política monetária e ao controle de liquidez dos bancos. Além disso, acrescentou, o propósito da MP é urgente e necessário.

“A conveniência política desta MP é muito clara. O Parlamento deve assumir a responsabilidade de apontar iniciativas e ações necessárias para mitigar os efeitos da pandemia”, afirmou o relator.

Vários senadores elogiaram o texto final da MP. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) disse que esse fundo já devia ter sido extinto há muito tempo, e que é melhor destinar recursos para o combate ao coronavírus do que para pagar juros de dívida. Para Marcos Rogério (DEM-RO), destinar recursos para a saúde deve ser a prioridade. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) manifestou apoio à MP e disse que neste momento é necessário todo esforço no combate à crise de coronavírus.

“A prioridade, neste instante, deve ser salvar vidas e proteger os mais vulneráveis”, declarou.

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