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Brasil O vice-presidente Hamilton Mourão diz que a negociação com o Centrão é feita por Bolsonaro e defende a distribuição de cargos

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Mourão teve contato com um servidor infectado pela Covid-19. (Foto: Reprodução/Twitter)

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, defendeu que o governo faça acordo com partidos do chamado Centrão para formar uma base parlamentar no Congresso Nacional. Mourão disse que o presidente Jair Bolsonaro está negociando essa coalizão e que cargos e emendas fazem parte da negociação entre Executivo e Legislativo.

O presidente Jair Bolsonaro tem articulado uma aproximação com os partidos do chamado Centrão, um bloco informal na Câmara dos Deputados que reúne parlamentares de legendas de centro e centro-direita. O grupo é menos conhecido por suas bandeiras partidárias e mais pela característica de se aliar a governos diferentes, independentemente da ideologia.

Emendas e cargos

De acordo com Hamilton Mourão, as negociações para a formação dessa aliança envolvem a distribuição de cargos e emendas e são conduzidas pelo próprio Bolsonaro e pelo ministro Luiz Eduardo Ramos, chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República.

“Eu não posso te dizer os detalhes. Se é fisiológico ou programático. Nós temos que buscar a melhor coalizão, que é a programática. Lógico que, nisso aí, cargos e emendas fazem parte da negociação entre Executivo e Legislativo”, afirmou. “Não adianta querer tapar o sol com a peneira. Acho que está mais ou menos sendo conduzido dessa forma”, acrescentou Mourão ao ser questionado se o acordo estava sendo feito com base em uma agenda de propostas.

O vice-presidente contou que o presidente chegou à conclusão de que errou ao não tentar fazer um acordo com os partidos que formam o Centrão no ano passado. Mas negou que Bolsonaro tenha decidido negociar com os líderes do grupo para se antecipar a um possível processo de impeachment.

“O que a turma está dizendo? ‘Agora, ele está fazendo isso para escapar do impeachment, é para escapar do processo’. Não. Não é dessa forma que ele está vendo. Ele já chegou à conclusão de que ele tem que atrair esses partidos”, disse Mourão.

O vice-presidente argumentou ainda que é impossível um partido só conseguir a maioria de votos no Congresso Nacional, que tem 24 legendas representadas.

Para Hamilton Mourão, o governo precisa do apoio de pelo menos 300 deputados para aprovar as matérias enviadas pelo Executivo, principalmente as reformas econômicas.

“Tem que ir em cada um desses partidos, principalmente aqueles de centro, independente da conotação pejorativa de Centrão, e trazer para o campo da direita, de centro-direita. Uma coalização de centro-direita”, explicou Mourão durante participação em uma transmissão ao vivo pela internet.

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