Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de maio de 2020
O grupo automotivo alemão Volkswagen interromperá por vários dias em maio algumas linhas de montagem que acabaram de retomar a produção, devido à baixa demanda por automóveis, anunciou a empresa a seus funcionários nesta quarta-feira (13).
Duas linhas de montagem localizadas em sua sede histórica em Wolfsburg serão totalmente fechadas e em outra terá uma redução da carga horária, explicou o grupo em seu site na terça-feira, mensagem que a AFP pôde consultar nesta quarta-feira. A interrupção afeta particularmente os modelos Golf e Tiguan da marca principal, VW.
A Volkswagen, que retornou à produção no final de abril após semanas de fechamento devido ao novo coronavírus, é forçada a “ajustar continuamente a produção de acordo com as flutuações esperadas do mercado”, explicou o chefe de recursos humanos, Arne Meiswinkel, na mensagem aos trabalhadores.
“Os clientes não estão interessados em comprar carros” e os pátios onde os veículos produzidos estão armazenados “já atingiram seus limites”, alertou no final de abril o presidente do poderoso conselho de trabalhadores, Bernd Osterloh. “A chegada dos pedidos é desastrosa”, afirmou.
A Moody’s reduziu sua previsão para o mercado global de automóveis nesta quarta-feira e agora espera uma queda de 20% nas vendas em 2020, principalmente na Europa, queda de 30% e 25% nos Estados Unidos.
Indústria do Brasil
A indústria automotiva do Brasil teve queda de 99% na produção de abril na comparação com março, de acordo com dados da Anfavea, divulgados no último dia 8. De acordo com o presidente da associação, Luiz Carlos Moraes, este é o pior resultado desde a instalação da indústria automotiva no país, em 1957.
A produção do mês passado somou apenas 1,8 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. A indústria automotiva nacional, que foi estabelecida oficialmente no governo Juscelino Kubitschek, tem uma capacidade para produzir cerca de 5 milhões de veículos por ano no Brasil.
Já as vendas de veículos novos despencaram 66% em abril ante março, para 55,7 mil unidades.
Com isso, as montadoras encerraram o mês passado com estoques suficientes para quatro meses de vendas. “Só não é pior porque paramos de produzir para preservar caixa”, disse Moraes, em apresentação transmitida pela internet.
O executivo acrescentou que a crise também impactou o setor de locadoras de veículos, um dos principais clientes da indústria automotiva: “Com a crise, cerca de 160 mil carros foram devolvidos pelos motoristas de aplicativos às locadoras por causa da queda no número de corridas.”
O setor foi fortemente impactado pelas medidas de quarentena adotadas por estados e municípios com o objetivo de conter o avanço da epidemia de coronavírus. As informações são das agências de notícias AFP e Reuters e do jornal O Globo.