Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de maio de 2020
Os maiores tombos em março ocorreram nas indústrias do Ceará (-21,8%), no Rio Grande do Sul (-20,1%) e em Santa Catarina (-17,9%)
Foto: Agência BrasilA produção industrial brasileira registou queda, na passagem de fevereiro para março, em todas as 15 regiões pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), conforme dados divulgados nesta quinta-feira (14).
Foi a primeira vez na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, que houve queda em todos os locais. O mais próximo desse resultado aconteceu em maio de 2018, com a greve dos caminhoneiros, que derrubou a produção industrial em 14 dos 15 locais.
Os maiores tombos em março ocorreram nas indústrias do Ceará (-21,8%), no Rio Grande do Sul (-20,1%) e em Santa Catarina (-17,9%). Na média geral do país, a produção industrial desabou 9,1% em março, na comparação com fevereiro, conforme divulgou na semana passada o IBGE.
Foi o pior resultado para meses de março da série histórica da pesquisa, iniciada em 2002, e a queda mensal mais acentuada desde a greve dos caminhoneiros de maio de 2018 (-11%).
“Os dados de março são efeitos diretos do isolamento social que afetou o processo de produção no Brasil”, afirma o analista da pesquisa, Bernardo Almeida. Ele explicou ainda que, no formato antigo da pesquisa, com 14 locais pesquisados, a única queda generalizada ocorreu em novembro de 2008, por consequência da crise financeira global. A série passou a contar com 15 locais em 2012, quando foi incluído o Mato Grosso.
No acumulado no ano, 10 dos 15 locais têm queda
No acumulado no ano, frente a igual período do ano anterior, a produção industrial registra queda em 10 dos 15 locais pesquisados, com destaque para Espírito Santo (-13,3%) e Minas Gerais (-8,4%), pressionados pela atividade das indústrias extrativas e metalurgia.
Santa Catarina (-5,1%), Rio Grande de Sul (-4,7%), São Paulo (-2,3%) e Mato Grosso (-1,8%) também tiveram baixas mais acentuadas do que a média nacional (-1,7%). Já Ceará (-1,4%), Goiás (-1,2%), Amazonas (-1,2%) e Pará (-0,8%) completam o conjunto de locais com queda na produção.
Os maiores avanços no acumulado do ano foram no Rio de Janeiro (9,8%) e Bahia (7,1%), impulsionados, principalmente, pelo desempenho positivo das atividades de indústrias extrativas e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, no primeiro local; e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, além da de celulose, papel e produtos de papel, no segundo. Pernambuco (5,6%), Região Nordeste (4,3%) e Paraná (2,6%) também acumulam avanço no ano.