Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de maio de 2020
Alçado a chefe interino do Ministério da Saúde nesta sexta-feira (15), o general Eduardo Pazuello deve assinar o novo protocolo da pasta que libera o uso da cloroquina até mesmo em pacientes com sintomas leves da Covid-19, segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo. A medida é uma determinação do presidente Jair Bolsonaro – procedimento que o oncologista Nelson Teich se recusou a cumprir, ainda de acordo com o jornal. Atualmente, a orientação é para profissionais do sistema público de saúde prescrever a substância apenas em casos mais graves.
Teich pediu demissão nesta sexta-feira após entrar em choque com o presidente Jair Bolsonaro. Segundo O Estado de S.Paulo, o ministro alegou a auxiliares questões técnicas para deixar o cargo. O ministro se reuniu com o presidente na manhã desta sexta. Ele vinha travando uma queda de braço com Bolsonaro sobre a recomendação do uso de cloroquina em pacientes de Covid-19.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) não recomenda o uso da droga, mas autorizou a prescrição em situações específicas, inclusive em casos leves, a critério do médico e em decisão compartilhada com o paciente, segundo informações da Agência Brasil. Um parecer emitido pelo CFM reforça o entendimento de que não existem “evidências sólidas” da confirmação do efeito da cloroquina e a hidroxicloroquina na prevenção e tratamento da Covid-19.
Em publicação no Twitter, na última terça-feira (12), o ex-ministro Nelson Teich havia citado as recomendações do Ministério da Saúde e do CFM e fez o alerta de que a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais. “Então, qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o Termo de Consentimento antes de iniciar o uso da cloroquina”, escreveu.