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Gastronomia O consumo de vinho no Brasil cresceu quase 11% nesses tempos de reclusão

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Economia ao trazer a bebida da Argentina pode ser de 85%. (Foto: Divulgação)

O consumo de vinho nas casas brasileiras cresceu nesses tempos de reclusão, mais precisamente, aumentou 10,9% no primeiro trimestre de 2020 se comparado ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Ideal Consulting, empresa especializada em pesquisa de mercado neste setor.

Não faltam taças girando em fotos nas redes sociais. E quem lucra com isto são as vendas on-line, o e-commerce tem sido a grande alternativa para enfrentar a crise. A primeira quinzena de abril registrou um aumento de 36% no número de pedidos em relação à primeira quinzena de março, quando o fechamento do comércio ainda não havia sido decretado, segundo dados da plataforma Nuvemshop.

No período, foi registrado crescimento de 60% no número de novas lojas. As vendas on-line triplicaram de tamanho com a adesão de importadoras que não tinham a venda direta ao consumidor, como a Barrinhas, que se mobilizou para comercializar através das redes sociais e loja virtual.

“Temos efetuado muitas vendas e conseguido a cada dia novos clientes interessados na compra de kits de vinhos, montados por nós, as pessoas preferem os kits, que são temáticos, criamos um para o Dia dos Namorados. Aproveitamos para promover lives com bate-papo e degustação de nossos vinhos”, diz a diretora Rosemary Moreira, da Barrinhas, uma das maiores na importação de vinhos portugueses, que faz 30 anos em 2020.

Assim que surgiu a pandemia, Ana Luísa Santos, da Asa Gourmet, estava viajando. Chegou e se deparou com os 800 restaurantes para os quais fornecia vinhos e azeites fechados. Em tempo recorde, ela percebeu que precisava mudar seu foco. E ele seria para venda para pessoas físicas.

“Em uma semana, a Asa Gourmet já havia transformado o site institucional em uma loja virtual, com entrega em 24 horas”, conta Ana. “Quem bebia antes da pandemia duas garrafas por semana passou a beber cinco, ou seja, mais que dobrou o consumo de vinho em casa. Os mais pedidos são aqueles até R$ 50 e os das promoções. Na compra de seis garrafas destes três portugueses – Xisto Preto (Douro), Intimista (Alentejo) e Testamento (Lisboa) –, a unidade sai a R$ 35”, exemplifica.

Outras importadoras também perceberam este aumento desde que as medidas de distanciamento social começaram a ser implementadas para conter a disseminação de Covid-19 no Brasil. Com 600 rótulos de 20 países na prateleira, a Casa Flora, que sempre focou no atendimento de restaurantes, hotéis e varejos, resolveu investir numa loja virtual, mas com cautela.

“Com essa pandemia, nossos clientes perceberam a necessidade de avançar a estratégia no canal eletrônico. Hoje, ele é realidade na aquisição de vinhos e existe uma tendência de crescimento. Isto aconteceu conosco também e estamos entendendo que, por conta de nosso extenso portfólio, possa fazer sentido avançarmos também nesse canal com uma segmentação inteligente para não gerar conflitos entre nossos canais”, ressalta o sócio diretor Antonio Carvalhal Neto.

Completando 50 anos em 2020, a importadora tem vendido mais e, a cada semana, lança promoções mediante demanda dos consumidores.

“O vinho se mostra como a bebida mais democrática e com capacidade de fazer o melhor casamento com as refeições. E como estamos nesse momento fazendo mais refeições em nossas casas, naturalmente o consumidor se identificou”, conclui Neto.

Percebendo um bom nicho de mercado em relação ao serviço de entrega, a sommelier carioca Elaine Oliveira não pensou duas vezes e abriu sua própria loja on-line, a Amai Vinhos, com direito a um canal tira-dúvidas ao vivo.

“São 300 rótulos de 12 países (R$ 45 a R$ 2 mil), incluindo Eslovênia e Áustria, por exemplo, além de uma sommelier virtual que ajuda na escolha e até na harmonização de pratos e queijos”, conta Elaine.

Vale tudo para atrair a atenção do cliente. Três grandes players do setor, Decanter, Evino e Wine estão fazendo bota-fora do seu estoque, com 70% dos seus vinhos custando entre R$ 50 e R$ 60. Geralmente, vinhos em final de estoque por troca de safra ou mudança de produtor, e que acabam sendo uma oportunidade para conhecer rótulos diferentes por preços bem atrativos. Tudo virtual.

A Evino, por exemplo, verificou aumento de 19% na quantidade de garrafas vendidas na comparação entre os meses de fevereiro e março do ano passado e de 2020. Segundo o e-commerce, o volume de pedidos cresceu 20%, com um incremento de 30%, entre fevereiro e março deste ano, das solicitações feitas por novos clientes em relação ao total.

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https://www.osul.com.br/o-consumo-de-vinho-no-brasil-cresceu-quase-11-nesses-tempos-de-reclusao/ O consumo de vinho no Brasil cresceu quase 11% nesses tempos de reclusão 2020-05-26
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