Segunda-feira, 16 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 1 de junho de 2020
O presidente Jair Bolsonaro recomendou nesta segunda-feira (1º) a seus apoiadores que não façam uma manifestação no próximo domingo (7), para evitar um conflito com opositores, que também marcaram um protesto na mesma data.
Bolsonaro conversava com apoiadores no Palácio da Alvorada, quando um deles disse que era preciso acabar com “esses caras de preto batendo na gente”, em referência a manifestantes que entraram em confronto com apoiadores do presidente no domingo (31) em São Paulo e no Rio de Janeiro.
“Estão marcando domingo um movimento, né? Deixa sozinho o domingo”, disse Bolsonaro.
Um apoiador, então, perguntou se ninguém deveria ir, e o presidente afirmou que não coordena os protestos, mas voltou a recomendar uma mudança na data.
“Eu não coordeno nada, não sou dono de grupo. Não participo de nada. Só vou prestigiar vocês que estão me apoiando. Vocês fazem um movimento limpo, decente, pela democracia, pela lei e pela ordem. Eu apenas compareço. Não conheço praticamente ninguém desses grupos. Eu acho que, já que eles marcaram para domingo, deixa domingo lá.”
O presidente adotou uma nova estratégia para conversar com os apoiadores. Tradicionalmente, Bolsonaro fazia isso na área externa do Alvorada, onde a imprensa também pode ficar. Nesta segunda, contudo, ele permitiu que o público entrasse no terreno do Palácio e disse que estava fazendo isso para evitar o contato com os jornalistas.
“A imprensa agora não vai poder dizer mais que estou agredindo ela. Conversar com o povo, porque esse pessoal aí realmente… Se transmitisse a verdade, tudo bem. Mas deturpam, inventam.”
Símbolo neonazista
Ostentada em um trio elétrico na manifestação de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, no domingo, uma bandeira rubro-negra com um tridente, associada a um grupo nacionalista ucraniano com ideário de extrema-direita, está sendo investigada pela polícia como um possível símbolo neonazista.
O próprio secretário executivo da Polícia Militar de São Paulo, Coronel Camilo, chegou a dizer, em entrevista à CNN Brasil, que um dos apoiadores de Bolsonaro portando uma “bandeira neonazista” teria sido um dos causadores do conflito deste domingo, ao se dirigir até o grupo de manifestantes antifascistas para fazer provocações.
Mais tarde, Camilo recuou sobre o fato do episódio ter sido o estopim da confusão, mas não confirmou a associação com a bandeira. De acordo com Camilo, três participantes do ato pró-Bolsonaro foram até o grupo formado por torcedores organizados para fazer provocações.
“Quando chegou a primeira informação disseram que eles também estavam com bandeiras. Isso eu não consegui confirmar. Confirmei que essas pessoas foram lá, teve provocação e, além de bate-boca, essas pessoas se envolveram em agressões físicas.”