Domingo, 24 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de junho de 2020
Há anos astrônomos estudam rajadas rápidas de rádio (FRB, na sigla em inglês) e qual seria a origem desse estranho fenômeno espacial. Descobertas em 2007, as FRBs são luzes extragaláticas que emitem em milissegundos a mesma quantidade de energia que o nosso Sol solta em um século. Agora, pesquisadores encontraram um ciclo ativo de FRBs que pode indicar um caminho para entender esses fenômenos.
Cientistas do Observatório Jodrell Bank, na Inglaterra, observaram a FRB 121102, uma rajada já conhecida, ao longo de cinco anos. No período, eles conseguiram identificar um padrão: a FRB fica ativa por um período de 90 dias e depois passa 67 em silêncio.
A maioria das FRBs identificadas por cientistas até hoje eram únicas – ou ao menos só haviam sido observadas uma vez. Em janeiro, pesquisadores descreveram uma FRB com um ciclo periódico que consistia em 4 dias de atividade para 12 sem ação. Ao encontrar mais um fenômeno que repete um mesmo padrão, cientistas podem buscar novos caminhos para estudar a origem das rajadas.
E isso já está acontecendo: algumas teorias já sugerem que as rajadas rápidas de rádio podem estar relacionadas ao eixo rotacional de um magnetar (estrela de nêutrons altamente magnetizada), ou pode até ter relação com os movimentos orbitais de uma estrela de nêutrons em um sistema binário.
Em um comunicado, o pesquisador Duncan Lorimer, da Universidade da Virginia Ocidental, comemorou a descoberta, mas lembrou que ainda há muito trabalho a ser feito. “Novas observações de um número maior de FRBs serão necessárias para obter uma imagem mais clara dessas fontes periódicas e elucidar sua origem”.
Origem
Existem muitas hipóteses sobre a origem dos FRBs – estrelas de nêutrons, buracos negros, pulsares com estrelas companheiras, magnetares, entre outras. A pesquisa sobre o FRB 180916, publicada na revista Nature, não esclarece essa dúvida incômoda, mas já começa a descartar algumas das hipóteses. É que, ao determinar a fonte dessa explosão, o argumento de que as origem dos FRBs seja emissões parecidas com as de pulsares perde força.