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Colunistas Desvio de verbas da Saúde no Pará tem como alvo o governador e o presidente do Conselho Nacional dos Secretários da Saúde

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No Pará, Polícia Federal cumpriu mandado de busca na casa do governador Helder Barbalho. (Foto: Divulgação/PF)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Há poucos dias, o secretário da Saúde do Pará, Alberto Beltrame, na condição de presidente do Conselho Nacional dos Secretários da Saúde, subscreveu uma nota bastante dura, criticando o presidente Jair Bolsonaro e o Governo Federal pela mudança na metodologia da divulgação dos dados sobre contágios e óbitos do Covid-19. Como se sabe, o Governo Federal, por decisão do STF, não tem qualquer ingerência na gestão do enfrentamento do Coronavírus por Estados e municípios. Mas tem a obrigação de enviar-lhes recursos bilionários para o enfrentamento da epidemia.

Ministério recebia dados equivocados

O pano de fundo da mudança: o Ministério da Saúde identificou várias inconsistências que causavam alteração importante nos dados divulgados a cada dia. Óbitos de 30 dias atrás, e até mais, eram lançados como números do dia, inflando a estatística e causando comoção geral.

Mortes “retroativas”

Eduardo Macário, do Ministério da Saúde, trouxe, por exemplo, na quinta-feira, dia 4, um dado que confirma isso: os 1.381 óbitos de quarta-feira dia 3 de junho, ocorreram ao longo de 60 dias, sendo 245 em 72 horas. Além de notificações enviadas ao Ministério da Saúde, trazendo uma morte confirmada em 3 de junho que ocorreu, na verdade, dia 31 de março.

Governo da Bahia admitiu erros

Outro exemplo: a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia disse que errou ao confirmar 216 casos positivos de coronavírus em 63 municípios do Estado, na atualização de sexta, dia 5. Com a atualização, o número correto divulgado não foi de 2.956 novos diagnósticos, mas sim de 2.710. Ou seja: dias depois, o governo baiano admite que colocou 246 casos a mais na estatística do Ministério da Saúde. E assim ocorre com vários Estados.

No Pará, operação da PF mira farra com verbas do Covid-19

Pois ontem, em mais um episódio da farra das verbas do Covid-19, a Polícia Federal cumpriu mandados expedidos pelo ministro Francisco Falcão, do STJ, dirigidos à casa do governador, Helder Barbalho, e ao Secretário da Saúde, o gaúcho Alberto Beltrame (presidente do Conselho dos Secretários estaduais da Saúde), e outros 21 alvos. Além dos R$ 748 mil apreendidos com o gaúcho Peter Cassol, secretário adjunto da Saúde, a Polícia Federal também encontrou outros R$ 60 mil em espécie na casa de Leonardo Nascimento, assessor de gabinete do governador Helder Barbalho. Cassol foi demitido ontem do gabinete de Beltrame. A Operação Para Belum investiga a compra, sem licitação, de respiradores no valor de R$ 50,4 milhões ,que não foram entregues, ou não funcionam.

Emendas de deputados beneficiam 18 hospitais no RS

No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite assinou ontem, de forma virtual, contratos de termos aditivos para repasses de valores com origem em emendas parlamentares de bancadas estaduais, federais e individuais. O repasse chega a R$ 10,82 milhões, beneficiando 18 hospitais do Rio Grande do Sul.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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